O Caminho Escritura do Espiritismo Cristão
Doutrina espírita - 2ª parte.

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Semeador em tempos novos — Emmanuel


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Trabalho sacrificial

1 O trabalho de sacrifício na Terra é sempre aquele recurso reparador de que se valem os princípios de causa e efeito no reajustamento das criaturas.


2 Aqui, vemos o lavrador suarento e contundido, escravizado à gleba que lhe devora a existência…


3 Mais além, observamos o artífice desprotegido e infortunado a mutilar-se nas tarefas difíceis por ninharias que nem mesmo lhe asseguram a bênção do pão…


4 Entretanto, na figura do homem do campo, aparentemente desamparado, quase sempre, temos o tirano rural que volta ao mundo, experimentando por si mesmo o sofrimento que infligia aos semelhantes no duro labor da Terra e na máscara do artesão em dificuldade, muitas vezes, permanece o onzenário de ontem que se preocupava tão somente em acumular o ouro arrancado ao suplício de seus irmãos…


5 Convenhamos, desse modo, que a miséria e o pauperismo, a provação e o obstáculo podem ser categorizados à conta de doenças, exigindo o favor do médico.


6 Ainda assim, não será lícito esquecer que o tempo é fator indispensável entre a dívida e o resgate, entre o estrago e o reajuste.


7 Há remédio para todas as calamidades sociais, como existe assistência para as várias formas de desequilíbrio do corpo. No entanto, é preciso que as horas desempenhem a função retificadora que lhes compete.


8 Observando os quadros aflitivos do mundo, em que provisórias desarmonias parecem valorizar a insensatez e premiar o vício, recordemos que a ferida e a desolação, a luta e a carência representam elementos de cura definitiva do Espírito que não será justo menosprezar.


9 Não nos prendamos à visão estreita de um dia. Estendamos mais longe a nossa observação e o nosso exame, na certeza de que a Bondade do Senhor é igual para todos, mas que os resultados de nossas próprias obras estabelecem a diferença temporária em que nos colocamos diante da justiça.


10 Todos, porém, dispomos indistintamente do tesouro de boa vontade e, se usamos realmente a boa vontade, no setor de serviço expiatório em que nos situamos, mais facilmente caminharemos para a harmonia na execução de nossos deveres, como o enfermo paciente com a medicação que lhe é administrada, mais depressa retorna à saúde que o redimirá perante a Lei.


Emmanuel


Texto extraído da 1ª edição desse livro.

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