O Caminho Escritura do Espiritismo Cristão
Doutrina espírita - 2ª parte.

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Sementeira de paz — Mensagens familiares do Prof. Arthur Joviano (Neio Lúcio) e outros


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A obra espiritualizante e a construção material

20/02/1946


1 Meus caros filhos, Deus abençoe a vocês, conferindo-lhes muita paz aos corações.

2 Parece incrível tenhamos sempre assuntos novos, semanalmente, para a correspondência epistolar. Entretanto, a obra espiritualizante não é diferente, nas bases, das construções de natureza material, destinadas a atender objetivos úteis, com longa função no espaço e no tempo. Faz-se imprescindível examinar as minudências e satisfazer a imperativos inadiáveis do serviço. Hoje, detalhes aparentemente insignificantes, amanhã, particularidades inexpressivas aos olhos sem reflexão, mas detalhes e particularidades que, como as coisas obscuras e mínimas, são forças essenciais da edificação.

3 Assim é, meu caro Rômulo, que torno ao seu caso funcional para dizer do alívio experimentado por mim com a modificação das ocorrências. Muitas vezes, temos cooperado para que os “fios exteriores” não interfiram em suas presentes realizações. Sempre focado pelo Rio, o seu trabalho, muito mais que se possa pensar, tem sido objeto de múltiplas observações. 4 E é necessário verificar as “redes de comunicação” para que os impulsos nocivos sejam desviados a outra parte. Compreende você, como me preocupava, portanto, a probabilidade da “pressão honrosa e afetiva”, com respeito à sua transferência, embora à posição mais alta. Não me refiro a tais circunstâncias porque não o suponha capaz de vencer ambientes como o que se antepunha ao seu exame. Você poderia mesmo renová-los, proporcionando-lhes grande bem. 5 Quero aludir ao seu temperamento e à torre de iluminação interna que seu esforço vai construindo, gradativamente, ao preço de trabalho sincero e metódico. Sem dúvida, merece você a condecoração, mas é que o seu roteiro não deveria sofrer alterações nos dias que correm. Quanto for possível, continue sua tarefa de cooperação em Minas, no ministério da renovação. Há poucos olhos para interpretar seu trabalho, com a atenção que “ele merece e requer”, entretanto, não se incomode. 6 O próprio Jesus começou a obra de renovação mundial apenas com doze pessoas. Dessas, uma negou-se ao compromisso assumido e onze encontraram dificuldades, nos tempos iniciais, para o testemunho de verdadeira e legítima compreensão. Prossiga, pois, sereno, operando o que for possível e cooperando no que for justo. A oportunidade de sequência nos esforços comuns que aperfeiçoam a alma e preparam os caminhos é trabalho que exige de nós atenção e muitos sacrifícios por vezes.

7 Estou satisfeito com o reencontro do General com um velho amigo que nos pode ser tão útil. Iniciou-se a nova etapa. Seguiremos por “rounds”, confiando no Justo Juiz.

8 Maria, o nosso pequeno Carlos Oswaldo recebeu nosso concurso para descongestionar o olho contundido. n Agora, antes de recolher-se, façamos pequena fórmula de duas colheres de água pura com dez gotas de Arnica, ensopando pequeno fragmento de pano, à guisa de esponja, aplicando levemente ao longo da testa, não perto do globo ocular. Essa operação melhorará o quadro dos tecidos.

9 Agora, meus filhos, desejo-lhes muito boa noite. Vivam tranquilos e felizes, louvando a Jesus pelos tesouros recebidos. Graças à Divina Providência, vocês não estão esperando a morte para fazer aprendizado da vida. Valemo-nos da existência para melhorar a senda do presente e do futuro, não somente para nossos pés, mas também para quantos caminham ao nosso lado. A ciência mais bela do discípulo de Jesus é justamente esta – afeiçoar-se-lhe aos ensinos, de alma e coração, insculpindo a luta de cada dia pelos moldes das lições abençoadas e inesquecíveis do Mestre. Aprendamos com ele a elevar o coração, elevando os que nos cercam. Edifiquemo-nos em seu templo, trabalhando na organização das vestiduras de nosso espírito para a eternidade. A estrada é longa e a marcha, laboriosa, bem o sei, entretanto, quem acende a luz da fé viva para a senda a percorrer encontra o divino Companheiro, que inspira o êxito preciso à jornada de elevação.

10 Que Jesus, nosso Mestre e Senhor, nos santifique a intenção de prosseguir no bem e para o bem, intensificando-nos a oportunidade de servi-lo em nós mesmos e junto a quantos se aproximam de nós, são os votos do papai, que lhes deixa um abraço muito afetuoso, cheio de carinho e de saudade.


A. Joviano



[1] Nota da organizadora: Carlos Oswaldo era sobrinho de Maria e de Rômulo. Filho de Iacy, irmã de Maria, e de Oswaldo Benjamin de Azevedo. Frequentemente, passava as férias escolares em nossa casa, na Fazenda.


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