O Caminho Escritura do Espiritismo Cristão
Doutrina espírita - 2ª parte.

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Refúgio — Emmanuel


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Pagamento

1 Ante a exaltação jubilosa da vida no Plano Superior, quando nos distanciamos do corpo físico, surge no espelho de nossa alma a triste recordação do mal a que demos guarida… ( † )


2 Em torno, horizontes novos nos conclamam à contemplação da Beleza Eterna, enquanto que, amigos abnegados, se congregam no abraço de boas vindas.


3 Do coração vertem lágrimas de alegria, do cérebro renovado partem súplicas de esperança…


4 Da consciência, porém, destacam-se velhas contas…
São deveres menosprezados, elos queridos que relegamos ao abandono, afeições que traímos e virtudes nascentes que aniquilamos nos outros a preço de ingratidão e de crueldade.


5 É então que experimentamos a própria frustração ante os apelos do Céu e voltamo-nos para a Terra, sequiosos de recomeço…


6 O grilhão do trabalho e o socorro do esquecimento, nas reencarnações dolorosas, aparecem por chaves de preciosa libertação ao nosso Espírito enredado nos próprios compromissos e tornamos ao recinto familiar para o resgate de nossas dívidas.


7 Recolhemos, desse modo, nas teias consanguíneas, metamorfoseado em companheiro e parente, o credor de nosso destino a exigir-nos tolerância e bondade, paciência e carinho, renteando conosco várias vezes por dia, a fim de que saibamos fundir a sombra da aversão e do ódio em luz de compreensão e fraternidade.


8 Se te encontras agora, no templo doméstico, diante de alguém que te injuria as aspirações envenenando-te as horas, recorre ao silêncio da prece e roga ao Senhor te arme o coração de humildade, porque no desafeto que a natureza te impõe, na forma de um ser querido, volta o ponto difícil de nosso próprio passado, requisitando a nossa renunciação no presente, a fim de que se transforme em bênção de amor, adornando-nos de paz a rota para o futuro.


Emmanuel


Texto extraído da 1ª edição desse livro.

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