O Caminho Escritura do Espiritismo Cristão
Doutrina espírita - 2ª parte.

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Religião dos Espíritos — Emmanuel


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O outro

Reunião pública de 20-11-1959.

Questão n.º 630.


1 Se já recolheste migalha de luz, diminui a sombra no outro.

2 Vê-lo-ás, em toda parte, esperando-te auxílio.

3 Esse apela para teu pão.

4 Aquele aguarda a sombra de tua veste.

5 Esse esmola bagatela de tua bolsa.

6 Aquele roga um minuto de gentileza.

7 Entretanto, mais que isso, o outro pede compreensão.

8 Estava pressionado e feriu-te.

9 Falava sem pensar e disse a palavra que te magoou.

10 Superestimou a si mesmo e rolou no charco.

11 Enlouqueceu e tenta arrastar-te ao desequilíbrio.

12 Ainda quando te faça perder as últimas forças nas últimas lágrimas, compadece-te dele e ampara sempre.

13 Se soubesse o que sabes, não seria problema.

14 Se pudesse sustentar-se, não cairia.

15 Muitas vezes terá tido o propósito de acertar, mas, perdido no nevoeiro da ignorância, tomou o erro pela verdade.

16 Estimaria, decerto, sentir como sentes; contudo, ainda não recebeu no caminho as oportunidades que recebeste.

17 Se te ironiza, oferece-lhe paciência.

18 Se te ofende, consagra-lhe paciência maior.

19 Ainda mesmo em se mostrando embaraçado no crime, não lhe roubes o testemunho de amizade e esperança, porque amanhã, colhido no esfogueante tribunal do remorso, lembrará teu consolo como gota de bênção.

20 Se és a vítima, compadece-te ainda mais, porque não desconheces quanta dor há na conta da vida para o verbo que amaldiçoa e para a mão que apedreja.

21 O outro é pedaço de nossa história, retratista de nossos atos, espelho de nossas aquisições, reflexo de nós mesmos.

22 Em casa, é quem te comunga a faixa doméstica.

23 No mundo, é o companheiro de experiência, seja na taça da simpatia ou no gral da aversão.

24 Desse modo, sempre que impelido ao discernimento do bem, pensa no outro…

25 Seja quem seja, será sempre a notícia do bem que vibre em tua alma, porque o bem que lhe ofertes é o bem verdadeiro que a Lei te credita no livro da consciência.

26 A árvore é julgada pelos frutos. ( † )

A criatura é vista pelas próprias obras.

27 Em todos os sucessos que partilhemos, alguém nos carrega a imagem.

28 Aquilo, pois, que fizeste ao outro, a ti mesmo fizeste.


Emmanuel


Texto extraído da 1ª edição desse livro.

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