O Caminho Escritura do Espiritismo Cristão
Doutrina espírita - 2ª parte.

Índice | Página inicial | Continuar

Poetas redivivos — Autores diversos


103 n


Dona Branca

  1 Na mansão, Dona Branca, agitando as mãos finas,

  Exclama: “Pobres, não!”… E, irônica, acentua:

  — “Mendigo é na cadeia e miséria é na rua…”

  E os pedintes se vão a férreas disciplinas.


  2 Chora a penúria em torno e há festas libertinas,

  Dorme-se à luz do sol e regala-se à lua…

  Numa noite brilhante, a morte se insinua

  E furta Dona Branca ao mar de serpentinas…


  3 Desencarnada agora, a mente se lhe atrela

  A miragens febris!… Crê-se adornada e bela,

  Nada conserva além da sombra em que se touca…


  4 E, mulher que fugira ao serviço fecundo,

  Dona Branca, algemada às lembranças do mundo,

  Baila na própria campa em frêmitos de louca.


Silva Ramos


Texto extraído da 1ª edição desse livro.

Abrir