O Caminho Escritura do Espiritismo Cristão
Doutrina espírita - 2ª parte.

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Pão nosso — Emmanuel


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Piedade

“Mas é grande ganho a piedade com contentamento.” — Paulo. (1 TIMÓTEO, 6.6)


1 Fala-se muito em piedade na Terra, todavia, quando assinalamos referências a semelhante virtude, dificilmente discernimos entre compaixão e humilhação.

— Ajudo, mas este homem é um viciado.

— Atenderei, entretanto, essa mulher é ignorante e má.

— Penalizo-me, contudo, esse irmão é ingrato e cruel.

— Compadeço-me, todavia, trata-se de pessoa imprestável.

2 Tais afirmativas são reiteradas a cada passo por lábios que se afirmam cristãos.

3 Realmente, de maneira geral, só encontramos na Terra essa compaixão de voz macia e mãos espinhosas.

4 Deita mel e veneno.

5 Balsamiza feridas e dilacera-as.

6 Estende os braços e cobra dívidas de reconhecimento.

7 Socorre e espanca.

8 Ampara e desestimula.

9 Oferece boas palavras e lança reptos hostis.

10 Sacia a fome dos viajores da experiência com pães recheados de fel.


11 A verdadeira piedade, no entanto, é filha legítima do amor.

12 Não perde tempo na identificação do mal.

Interessa-se excessivamente no bem para descurar-se dele em troca de ninharias e sabe que o minuto é precioso na economia da vida.

13 O Evangelho não nos fala dessa piedade mentirosa, cheia de ilusões e exigências. 14 Quem revela energia suficiente para abraçar a vida cristã, encontra recursos de auxiliar alegremente. 15 Não se prende às teias da crítica destrutiva e sabe semear o bem, fortificar-lhe os germens, cultivar-lhe os rebentos e esperar-lhe a frutificação.

16 Diz-nos Paulo que a “piedade com contentamento” é “grande ganho” para a alma e, em verdade, não sabemos de outra que nos possa trazer prosperidade ao coração.


Emmanuel



Texto extraído da 1ª edição desse livro.

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