O Caminho Escritura do Espiritismo Cristão
Doutrina espírita - 2ª parte.

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O Evangelho por Emmanuel — Volume V — 2ª Parte ©

Textos paralelos de Atos dos apóstolos e Paulo e Estêvão

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Paulo e Silas em Bereia

10 Imediatamente, os irmãos, durante a noite, enviaram Paulo e Silas para a Bereia, os quais, chegando [lá], se dirigiram à sinagoga dos judeus. 11 Eles eram mais nobres do que os [habitantes] de Tessalônica, já que receberam a palavra com toda solicitude, perscrutando cada dia as Escrituras [para ver] se essas [coisas] eram assim. 12 Assim, muitos dentre eles creram, mulheres gregas proeminentes e não poucos varões. 13 Mas, quando os judeus de Tessalônica souberam que a palavra de Deus fora anunciada por Paulo também na Bereia, foram [até] lá, agitando e perturbando as turbas. 14 Então, imediatamente os irmãos enviaram Paulo para que fosse até o mar, permanecendo ali Silas e Timóteo. 15 Os que acompanhavam Paulo o conduziram até Atenas; e, recebendo ordem para que Silas e Timóteo viessem o mais rápido [possível] até ele, partiram. — (Atos 17:10-15)


34 Depois de incontáveis atritos com os judeus, em Tessalônica, o ex-rabino resolveu transferir-se para Bereia.  †  Novos labores, novas dedicações e novos martírios. Os trabalhos missionários, iniciados sempre em paz, continuavam debaixo de lutas extremas.

Os judeus rigorosos, de Tessalônica, não faltaram em Bereia. A cidade movimentou-se contra os discípulos do Evangelho, os ânimos exaltaram-se. Lucas, Timóteo e Silas foram obrigados a afastar-se, perambulando pelas aldeias circunvizinhas. Paulo foi preso e açoitado. À custa de grandes sacrifícios dos simpatizantes de Jesus, deram-lhe liberdade, com a condição de retirar-se dentro do menor prazo possível.

O ex-rabino acedeu prontamente. Sabia que atrás de si e através de esforços insanos, sempre ficaria uma igreja doméstica, que se alargaria ao infinito, bafejada pela misericórdia do Mestre, a fim de proclamar a excelência da Boa Nova.

Era noite, quando os irmãos de ideal conseguiram traze-lo do cárcere para a via pública. O Apóstolo dos gentios procurou informar-se sobre os companheiros e soube das vicissitudes que os assoberbavam. Lembrou que Silas e Lucas estavam doentes, que Timóteo necessitava encontrar-se com a sua mãe no porto de Corinto.  †  Era melhor proporcionar aos amigos uma trégua no vórtice das atividades renovadoras. Não seria justo requisitar-lhes a cooperação, quando ele próprio experimentava a necessidade de repouso.


35 Os irmãos de Bereia insistiam pela sua partida. Era uma temeridade provocar novos atritos. Foi aí que Paulo deliberou pôr em prática um velho plano. Visitaria Atenas,  †  satisfazendo um velho ideal. Muitas vezes, impressionado com a cultura helênica recebida em Tarso, alimentara o desejo de conhecer-lhe os monumentos gloriosos, os templos soberbos, o espírito sábio e livre. Quando ainda muito jovem, cogitara dessa visita à cidade magnificente dos velhos deuses, disposto a levar-lhe os tesouros da fé, guardados em Jerusalém: procuraria as assembleias cultas e independentes e falaria de Moisés e da sua Lei. Pensando, agora, na realização de tal projeto, considerava que levaria luzes muito mais ricas ao espírito ateniense: anunciaria à cidade famosa o Evangelho de Jesus. Certo, quando falasse na praça pública, não encontraria os tumultos, tão do gosto israelita. Antegozava o prazer de falar à multidão afeiçoada ao trato das coisas espirituais. Indubitavelmente, os filósofos esperavam notícias do Cristo, com impaciência. Teriam nas suas pregações evangélicas o verdadeiro sentido da vida.


36 Embalado por essas esperanças, o Apóstolo dos gentios decidiu a viagem, acompanhado de alguns amigos mais fiéis. Estes, porém, regressaram das portas atenienses, deixando-o completamente só. […]


Emmanuel



(Paulo e Estêvão, FEB Editora. Segunda parte. Capítulo 6, pp. 367 e 368. Indicadores 34 a 36)


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