O Caminho Escritura do Espiritismo Cristão
Doutrina espírita - 2ª parte.

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Novo mundo — Entrevistas — Emmanuel


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Chico Xavier no Colégio Militar

Carlos A. Baccelli


Em sua peregrinação de luz, espalhando as verdades da Doutrina Espírita, Chico já esteve, praticamente, em todos os Estados do Brasil. Como Allan Kardec, em suas célebres “Viagens espíritas”, Chico Xavier, quando a saúde lhe era favorável, viajava, levando, com a sua presença, a mensagem viva do Evangelho.

Realmente, depois do Codificador, ninguém tem feito mais e melhor pela Causa Espírita do que ele!

No dia 28 de julho de 1972, Chico foi convidado pelos alunos do Colégio Militar do Estado da Guanabara para uma entrevista de que participaram altas patentes do Exército, assim evidenciando o prestígio do médium e do Espiritismo junto a todas as camadas sociais.

A seguir, reproduzimos apenas uma síntese da aludida entrevista, já que não nos foi possível consegui-la integralmente.


A fala de Chico


Durante cerca de duas horas, Francisco Cândido Xavier respondeu, no auditório do CMRJ, às perguntas feitas pelos alunos, tendo ainda tomado assento a seu lado, no palco, os Coronéis Walter Scheafer e Ary Kremer, ambos professores do estabelecimento e membros da Cruzada dos Militares Espíritas do Brasil, inegavelmente magníficas figuras humanas, cujo trabalho para levar a mensagem da Doutrina Espírita aos quartéis, dentro do ecumenismo desejado pelo próprio Governo da Revolução, é digno dos maiores louvores.

Chico Xavier, entre outros pontos, focalizou os seguintes, respondendo aos quesitos apresentados:


Juventude


As novas gerações se corporificam como sendo legiões de companheiros vindos para incentivar o progresso da Humanidade.

A juventude de hoje é a esperança para o futuro.


Cristo


A personalidade divina de Jesus deve continuar no mais alto respeito de nossa parte.

A civilização, forrada no Evangelho, deve respeitar as diretrizes capazes de operar nossa libertação espiritual geral.

Devemos conservar, em nossos templos cristãos, a máxima veneração para com Aquele que nos deu a Paz, a Vida, o Amor e a Felicidade.


Rebeldia


Não podemos, de modo geral, considerar rebelados os jovens, os nossos filhos. Devemos assisti-los com diretrizes capazes, levando-os a ouvir os que amadureceram na experiência.

Os jovens merecem o nosso respeito, porque serão os guardiães de amanhã e com eles devemos debater, em mesas-redondas, as suas dificuldades, desvinculando-os das nossas exigências ou egoísmo.


Brasil do futuro


Somos também povo e devemos conversar de coração para coração.

No Brasil, estamos sob a legenda da Ordem que não podemos esquecer ou menosprezar.

O mundo de hoje traz em seu bojo problemas sociais absorventes.

A liberdade é sublime, mas não pode descambar para a desordem ou a devassidão.

Somos quase cem milhões de almas e, sem autoridade bastante, não saberíamos como nos entender com os outros e como sobrevivermos na condição de povo de grande futuro.


Educação


Com todo o respeito aos psicólogos, somos os responsáveis pelos maus resultados com certos filhos, pois estes não podem ser deixados inteiramente à vontade.

Quando, depois dos doze e quatorze anos, os jovens demonstram tendências negativas, após educação de liberdade, os mesmos orientadores se contradizem e percebem que não poderíamos abandonar a criança aos próprios impulsos.


Sexo


É preciso ouvir os filhos com respeito.

O pai tem que atribuir a si próprio a tarefa de dar aos filhos noções de dignidade do sexo, sem as ideias de devassidão ou de tabus.

O sexo é faculdade divina que não pode ser menosprezada ou corrompida.

Temos que entender os problemas dos filhos, antes de qualquer professor estranho à família.

É preciso construir o alicerce da compreensão humana do sexo, pois da harmonia e da compreensão da vida sexual depende quase sempre a nossa harmonia com o mundo exterior.


Aborto


Se terapêutico, é mais do que justo e indispensável. Mas não dispomos, na Terra, de instrumentos necessários para entender as necessidades e problemas do nascituro, pois ele traz o resultado de ações em vidas anteriores.

Mas, para salvar a vida materna, um médico não deve hesitar.

Sempre, porém, deve pensar no prolongamento da vida.


Francisco Cândido Xavier

Emmanuel


(JornalA Flama Espírita” - Uberaba, Minas - 18-novembro-1989.)


Texto extraído da 1ª edição desse livro.

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