O Caminho Escritura do Espiritismo Cristão
Doutrina espírita - 2ª parte.

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Novamente em casa — Familiares diversos


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Paula Opípari Ramos

São Paulo (SP) — 31 de julho de 1974
Goiânia(GO) — 30 de outubro de 1982

Filha de Sílvio de Paula Ramos e Sônia Marízia Opípari Ramos, Paulinha contava oito anos, quando faleceu devido a acidente ocorrido com um veículo escolar, no dia 27 de outubro de 1982. No mesmo acidente, desencarnou outra criança, o Marcel, também co-autor deste livro.

Princesa do lar, Paulinha dividia o carinho dos pais com os irmãos, Fábio e Sílvia.




EMOÇÃO MATERNA


Três meses e onze dias após sua partida, nossa Paulinha já nos dava seu recado! Pessoas presentes à reunião, e que sabiam de nosso problema, também se surpreenderam. Foi uma mistura de surpresa, susto e expectativa. Ali; de pé ao lado do Chico, ouvimos atentamente palavra por palavra [a mensagem psicografada minutos antes].

Diante da mensagem de nossa filha, sentimos uma ternura imensa por tudo aquilo que estávamos ouvindo, com muito carinho, muito enlevo, muito amor; comovidos, também sentimos não poder estar junto dela, cercando-a de todo o apoio, segurança, amor e carinho de que necessitasse, e que tínhamos de sobra.

Comoveu-nos, principalmente, o trecho da mensagem em que a Paula pedia para voltar a seus pais e a resposta de sua bisavó dizendo que a saudade, para ela, começara assim tão cedo. Todavia, ficamos mais confortados pelo conteúdo que sua mensagem nos trouxe, mostrando que é um Espírito evoluído e procurando adaptar-se à nova vida.




Mensagem


1 Querida mãezinha, peço a sua bênção. Estou aqui, sob a proteção da vovó Carmela. n

2 Sei que você, mãezinha, está com a nossa estimada amiga Dona Idéa, procurando notícias.

3 Estou muito bem, mas nesse “muito bem” estão incluídas as muitas saudades de seu carinho, do papai Sílvio, do Fábio, da Sílvia e de todos os nossos corações queridos.

4 Mamãe, eu não sofri com o toque do carro que bateu contra nós. Tive um desmaio e, por muito que eu quisesse permanecer acordada, uma força maior do que os meus impulsos me fez cair.

5 Assim penso, porque ouvi muita gente falando ao mesmo tempo, sem que eu pudesse entender o que se dizia, até que o desmaio se fez desmaio mesmo e perdi a noção do que estivesse acontecendo.

6 Quando despertei, não sei como, tudo estava diferente. Uma senhora me conservava no colo, qual se eu fosse uma criança dela mesma.

7 Essa protetora, pois logo senti que ela me defendia e guardava de encontro ao peito, me comunicou ser a vovó Carmela, cujos traços trazia eu na lembrança pelo que se dizia em nossa casa.

8 Pedi para voltar a meus pais, entretanto, minha querida protetora me mostrou os olhos repletos de lágrimas e me disse:
“Filha, a saudade começou para você assim tão cedo!”

9 Parecia-me que ela também sentia muita falta de nossa família e calei-me.

10 Pouco a pouco, fui assimilando o conhecimento de minha nova situação. Fora transferida de residência e de vida.

11 Eu não podia ser ingrata com quem me acolhera com tanto amor e deixei que ela própria resolvesse por mim qualquer desejo que me viesse à imaginação.
Foi assim que vim a saber como choravam em nossa casa e venho hoje pedir ao seu carinho para entregar-me à vontade de Deus.

12 Você, mamãe, precisa viver com saúde e alegria. Recorde meu pai, o Fábio e a Sílvia que tanto dependem de sua paz e esteja convencida de que a sua filha, agora em outro modo de ser, continua sendo a sua menina agradecida procurando obedecer a Deus para ser feliz.

13 A vovó Carmela nos protege a todos e as nossas lembranças serão bênçãos, desde que aceitemos os desígnios de Deus, como se faz preciso.

14 Sabendo que a nossa amiga Dona Idéa n deseja obter notícias dos parentes queridos, a vovó Carmela trouxe conosco o jovem José Edgard  n que comunica à nossa amiga que o Marcel Jivago está melhorando, mas ainda necessita dos pensamentos de paz e esperança que a família dele lhe possa enviar.

15 Mãezinha Sônia, agora, não posso escrever mais. Ainda estou muito limitada e o nosso reencontro aqui me emociona de modo que não sei descrever.
Mas é uma felicidade feita de lágrimas. Não se aflijam por isso.

16 Muito carinho ao papai Sílvio e a meus irmãos.

17 E para a senhora, que hoje estou tratando por você para ficar mais perto do seu coração, todo o amor envolvido de muitas saudades e agradecimentos, deixo aqui tudo o que possa representar a gratidão e a ternura de sua filha.


Paula

Paula Opípari Ramos.

11/02/1983.



[1] Carmela Consentino Opípari, bisavó materna, desencarnada em 1968.


[2] Idéa de Faria França, genitora do Marcel Jivago que faleceu no mesmo acidente que vitimou a Paulinha. D. Idéa se encontrava em Uberaba, na reunião, juntamente com os pais da Paulinha e com seu marido, Romualdo França.


[3] José Edgard filho do casal Idéa e Romualdo França, desencarnou aos 14 de idade, em 1973 e, segundo, nos diz a Paulinha, cuida do irmãozinho Marcel Jivago, no Plano Espiritual.


Caio Ramacciotti


Texto extraído da 1ª edição desse livro.

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