O Caminho Escritura do Espiritismo Cristão
Doutrina espírita - 2ª parte.

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Mãos unidas — Emmanuel


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A estranha crise

1 O mundo vem criando soluções adequadas para a generalidade das crises que o atormentam.

2 A carência do pão, em determinados distritos, é suprida, de imediato, pela superprodução de outras faixas de terra.

3 Corrige-se a inflação, podando a despesa.

4 O desemprego desaparece pela improvisação de trabalho.

5 A epidemia é sustada pela vacina.

6 Existe, porém, uma crise estranha — e das que mais afligem os povos — francamente inacessível à intervenção dos poderes públicos, tanto quanto aos recursos da ciência nas conquistas modernas. 7 Referimo-nos à crise da intolerância que, desde o travo de amargura, que sugere o desânimo, à violência do ódio, que impele ao crime, vai minando as melhores reservas morais do Planeta, com a destruição consequente de muitos dos mais belos empreendimentos humanos. 8 Para a liquidação do problema que assume tremendo vulto em todas as coletividades terrestres, o remédio não se forma de quaisquer ingredientes políticos e financeiros, por ser encontrado tão somente na farmácia da alma, a exprimir-se no perdão puro e simples.

9 O perdão é o único antibiótico mental suscetível de extinguir as infecções do ressentimento no organismo do mundo. 10 Perdão entre dirigentes e dirigidos, sábios e ignorantes, instrutores e aprendizes, benevolência entre o pensamento que governa e o braço que trabalha, entre a chefia e a subalternidade.


11 Consultem-se nos foros — autênticos hospitais de relações humanas — os processos por demandas, questões salariais, divórcios e desquites baseados na intransigência doméstica ou na incompatibilidade de sentimentos, reclamações, indenizações e reivindicações de toda ordem, e observe-se, para além dos tribunais de justiça, a animosidade entre pais e filhos, a luta de classes, as greves de múltiplas procedências, as queixas de parentela, os duelos de opinião entre a juventude e a madureza, as divergências raciais e os conflitos de guerra, e verificaremos que, ou nos desculpamos uns aos outros, na condição de Espíritos frágeis e endividados que ainda somos quase todos, ou a nossa agressividade acabará expulsando a civilização dos cenários terrestres.

12 Eis por que Jesus, há quase vinte séculos, nos exortou perdoarmos aos que nos ofendam setenta vezes sete, ( † ) ou melhor, quatrocentos e noventa vezes. Tão-só nessa operação aritmética do Senhor, resolveremos a crise da intolerância, sempre grave em todos os tempos. Repitamos, no entanto, que a preciosidade do perdão não se adquire nos armazéns, porque, na essência, o perdão é uma luz que irradia, começando de nós.


Emmanuel


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