O Caminho Escritura do Espiritismo Cristão
Doutrina espírita - 2ª parte.

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Militares no Além — Autores diversos


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Seduzido pelo trabalho espiritual

04/06/1948


1 Meu prezado amigo General Amorim, Deus nos abençoe a todos.
Francamente seduzido pelo trabalho espiritual de vários amigos nossos, em torno de suas convicções espiritualistas, venho igualmente trazer-lhe a minha visita, esforçando-me, qual Faço agora, por entrosar sentimentos e realizações na Doutrina consoladora que nos irmana, presentemente, os impulsos da fé.

2 Compreendo que a penetração do idealismo superior que o Espiritismo nos trouxe não vem ao acaso, no jogo das circunstâncias. Pode acreditar que nosso objetivo no Brasil é despertar as classes armadas, sobretudo, no momento, em mais altos princípios de vigilância. Aperfeiçoar nossa terra nos impositivos do progresso material é, sem dúvida, inestimável serviço. Contudo, prepará-la, diante do futuro, revigorando-lhe os fundamentos morais em bases sadias de Cristianismo renovado, é tarefa ainda mais nobre, mais elevada! 3 Sentimo-nos à frente de questões que transcendem nossa capacidade de expressão no verbalismo comum. A Terra é um fogareiro de vastas proporções e ninguém pode prever os efeitos da crise formidável que pesa sobre caracteres e administrações. Pudéssemos, meu amigo, e reviveríamos na demonstração física para veicular o conhecimento novo. Necessitamos formar novo tipo de soldado — que saiba lutar dignamente, sem armas na mão, todavia, habilmente adequado, no campo interior, à vitória do bem na vida particular e nas massas do povo.

4 General, não tenha dúvida! A luta é muito grande! Não é sem significado nossa visita a esta casa de trabalho espiritual, onde seu espírito se retempera.

5 Estimaríamos falar perante o plenário dos companheiros, expressar-nos de público. Entretanto, as condições agora são outras. Não é possível utilizar os mesmos processos da experiência humana. Creia, porém, que nos sentimos felizes com a possibilidade de trazer-lhe nossos pensamentos em silenciosas confabulações.

6 Um país não é somente grande pelo esforço dos que se acham “vivos na carne”, mas também pela dedicação de quantos se converteram pela morte, em “vivos de espiritualidade”. E conversar com um amigo é dirigirmo-nos a muitos, em sentido simbólico. Não lhe cause estranheza, portanto, as nossas visitas Fraternais. O serviço assim exige.

7 Somos diversos cooperadores a contribuírem pela elevação do nível espiritual das nossas organizações militarizadas. Estamos convictos de que o Exército não é infenso à missão admirável que o Brasil desempenha na comunidade americana. Nossas tradições de trabalho e paz e, sobretudo, o devotamento com que inúmeros de nossos camaradas se consagram à causa espiritualista e cristã nos bastidores de nossa vida pública, revelam, de modo inequívoco, o entendimento de nossos valores armados, quanto à renovação evangélica do mundo, abençoado serviço de que nossa terra e nossa gente se fazem líderes preciosos junto a todos aqueles filhos enobrecidos de outras nações e de outros climas, que não enxergam outra solução para a concórdia e para a felicidade humanas fora de Jesus Cristo.

8 Receba, pois, meu amigo, as nossas visitas, consciente da finalidade superior com que nos movimentamos. Aprendemos hoje que a defesa da humanidade em seus patrimônios de progresso e sublimação é o trabalho mais imediato que nos cabe desempenhar.

9 Vibre conosco ligando, como sempre, seus pensamentos aos nossos! Precisamos dilatar a fileira de colaboradores e dos amigos de ideal para a “cruzada” sem sangue que, do Alto, buscamos mobilizar, em favor de uma nação mais elevada para um mundo melhor.

10 Nossa simpatia pelo valor de sua fé representa movimento espontâneo de quem lhe conhece a firmeza de caráter e a serenidade da consciência edificada e cristalina.

Que Deus nos abençoe os propósitos de trabalhar, melhorar e servir. Com os meus votos fervorosos de paz e saúde, seu admirador e amigo reconhecido,


Júlio Anacleto Falcão da Frota


Texto extraído da 1ª edição desse livro.

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