O Caminho Escritura do Espiritismo Cristão
Doutrina espírita - 2ª parte.

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Mensagens de Inês de Castro — F. C. Xavier / Caio Ramacciotti / Inês de Castro


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Alfabeto de Estrelas

1 Amado rei.
Um dia,
Fosse pela verdade ou pela fantasia,
Procurei sobre a terra
Onde haveria de encontrar
O poema de amor, o mais terno e o mais lindo,
O poema de Luz que me pudesse dar
A notícia de Deus na grandeza da vida.


2 Procurei a açucena por ser flor
De aroma estranho e raro,
E ela disse não ter para ofertar
Semelhante poema
De grandeza suprema
Porque, na essência, unicamente era
Um enfeite gentil da primavera.


3 Pedi ao sol esse tesouro,
Mas jorrando os fotônios que produz,
Disse o sol balançando os cachos de ouro
Que somente podia oferecer
Poemas de calor, de alegria e de luz.


4 Roguei à fonte que me desse
Algum desses poemas imortais,
Mas a fonte me disse que podia
Afastar-me da sede e nada mais.


5 Pedi à brisa me envolvesse o anseio
Nesse poema assim profundo,
E a brisa respondeu, alígera e singela,
Que Deus unicamente dera a ela
O poder de acalmar o calor do verão,
Quando o verão quisesse incendiar o mundo.


6 Então sob a fadiga da procura
Na longa caminhada
Dormi na própria estrada
E cheguei a sonhar
Que vinhas do mais Alto,
De longe, muito longe,
Da imensidão celeste.


7 E me trouxeste, oh! Soberano Amado,
O excelso poema inexplicado.
Nada disseste pelo verbo humano,
Mas me entregaste, amado soberano,
O poema divino em versos dos mais sábios,
Na esplendente mudez dos próprios lábios.


8 Então senti, precipitadamente,
Que o poema esperado
Estava todo escrito em vibrações sublimes,
Em altas vibrações,
E eu para entendê-las
Fazia inesperadamente em mim
Um alfabeto de estrelas.


9 E compreendi, amado rei,
Que o poema aguardado
Era feito de luz, vida e canção
E que somente existe para mim,
Por força eterna da Divina Lei,
Na luz do vosso amado coração.


Inês de Castro


Texto extraído da 35ª edição desse livro, revisto e ampliado pelo autor.

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