O Caminho Escritura do Espiritismo Cristão
Doutrina espírita - 2ª parte.

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Luz bendita — Emmanuel — Depoimentos diversos


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Alfredo Neto

Jornalista, Escritor, Professor e distinto literato brasileiro.


De fama mundialmente difundida, Chico Xavier; o médium que espalha humildade, nos recebe fraterno com palavras delicadas — sua maneira constante de ir ter com as pessoas.

Homem terrenamente irrepreensivo, mensageiro do além, contato direto com o distante de nós. Ele conforta os que sofrem o desespero; é um homem como outro homem comum, que brinca com cachorrinho e cuida de plantas.

Como, em pleno século XX uma doação de vida nestes termos? Ainda hoje se fala em “negar-se” e “entregar se” para outros? Fenômeno? Astral estranho? De outro mundo? Enviado de Deus? Amigo inseparável dos que nos deixaram? Sem muitas questões, Chico Xavier é só GENTE, sincero, amigo e transparentemente ele é a PAZ.

Como chamá-lo religioso? Chico na sua universalidade transcende as trilhas da norma e, “doutrina” é muito pouco para definir sua espiritualidade e fortaleza de coração.

Astronomicamente ele transporta as letras para o papel, assim como uma força enérgica, rápida e concisa, psicografando eletricamente mensagens de Emmanuel, André Luiz e muitos outros.

Diante de tanta riqueza espiritual, tamanha simplicidade de coração e da amizade do maior médium do Brasil, a reportagem da Revista “Destaque” através elo Jornalista Alfredo Neto transpõe para você leitor, todo o amor e a fragrância inteira dos encontros com Chico Xavier.

Dentre as várias perguntas e respostas inseridas na Revista “Destaque” destacaremos uma que achamos oportuna, pois completará o artigo a seguir do sacerdote Sebastião Scarzelli, que muito orientou Chico Xavier.

C.X. — Quando meu pai se casou pela segunda vez, aquela que veio para nós como sendo uma segunda mãe, era uma criatura de sentimentos muito nobres e generosos, católica também, por formação, a minha segunda mãe me aproximou de um padre que está sempre em minha lembrança. Trata-se do sacerdote Sebastião Scarzelli, desencarnado na cidade de Joinville, no estado de Santa Catarina. Talvez com mais de 90 anos de idade, já na condição de monsenhor Sebastião Scarzelli, esse sacerdote, a pedido de minha segunda mãe, me confessou várias vezes, me ditou diversas penitências e diversos deveres de natureza religiosa, às vezes um tanto quanto difíceis para uma criança de 8 a 11 anos de idade. Ele notava que o meu comportamento era de uma pessoa lúcida, mas acompanhada de inteligências que ele não podia, na condição de sacerdote, classificar com justiça absoluta. Quando eu completei 10anos em 1921, ele foi para mim de uma bondade enorme, aconselhando-me a procurar no trabalho, numa condição de vida, através da qual eu pudesse crescer no interior de Minas Gerais, sem que parentes e amigos chegassem a lembrar a minha internação em sanatório.

Ele me reconhecia como pessoa lúcida na minha idade de 10 anos, mas, me via expressando inteligências estranhas a meu modo de ser e me recomendou que esperasse o tempo, para que com a ajuda de Deus pudesse a minha condição mental ser clareada suficientemente e para que eu não viesse a entrar em qualquer processo de perturbação mental. O Pe. Sebastião Scarrelli foi um verdadeiro benfeitor. Quando pediu para mim um emprego na Cia. de Fiação e Tecelagem Cachoeira Grande em Pedro Leopoldo, no ano de 1921, onde comecei o meu serviço profissional, ali trabalhando durante 4 anos. Foi um trabalho que me livrou de uma condição difícil de vez que no ponto em que me cediam os meus conflitos, qualquer pessoa poderia pensar que se tratava de um criança mentalmente alienada, o que o Padre reconhecia não ser verdadeiro. (Revista Destaque — outubro 1977)


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