O Caminho Escritura do Espiritismo Cristão
Doutrina espírita - 2ª parte.

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Instruções psicofônicas — Autores diversos


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Advertência

Em nossas atividades da noite de 17 de junho de 1954, antes do socorro habitual aos irmãos conturbados e sofredores, havíamos efetuado breve leitura acerca da mediunidade e do amor cristão, preparando ambiente adequado às nossas tarefas. E, ao término da reunião, fomos agradavelmente surpreendidos com a visita de um novo amigo que não conhecíamos pessoalmente, em nossas lides de intercâmbio, — Argeu Pinto dos Santos, n — logo identificado por um de nossos companheiros que lhe foi filho na experiência física.

Espírita convicto, Argeu militou na mediunidade, em Cachoeiro de Itapemirim, Estado do Espírito Santo, trazendo-nos na presente mensagem o resultado de seus próprios estudos.


1 Meus amigos, vossa leitura desta noite abordou, com oportunos ensinamentos, a mediunidade e o amor fraterno. Dois temas vivos que se conjugam, encarecendo a excelência do serviço que repousa em nossas mãos.

2 É importante lembrar que o Espiritismo é o Evangelho redivivo e puro, atuando, de novo, entre os homens, a fim de que não sejamos inclinados ao vampirismo, admiravelmente rotulado de preciosidade doutrinal.

3 De nossa parte, usufruímos também o privilégio de partilhar a tarefa espírita, no setor mediúnico, em passado próximo.

4 E, agora, cremo-nos habilitados a declarar que espiritista algum, enquanto na carne, consegue avaliar em toda a sua extensão o tesouro de bênçãos que lhe enriquece a alma, porque semelhantes bênçãos exprimem o trabalho e a responsabilidade com que devemos assimilar a nossa Doutrina, venerável escultora do caráter cristão em nossa própria vida.

5 O nosso Ênio n dará testemunho das notícias que vos trazemos.

6 Depois do regresso à Pátria Espiritual, reconhecemos que a mediunidade não basta só por si.

7 Espíritos que se graduam na esfera do sentimento, nos mais diversos tons evolutivos, acompanham de perto a marcha humana e é preciso evitar a companhia daqueles irmãos que, embora exonerados do corpo denso, jazem ainda profundamente vinculados às sensações inferiores do campo físico, a fim de que não venhamos a transformar o nosso movimento de elevação moral em descida às zonas escuras de subnível.

8 É fácil observar que muitos companheiros começam abraçando a fé e acabam esposando preocupações subalternas.

9 Muitos iniciam o apostolado, assinalando a grandeza dos compromissos que assumem, entretanto, por vezes, olvidam, apressados, que Espiritismo é ascensão com Jesus ao calvário de nosso acrisolamento para a Luz Divina e confiam-se a entidades que ainda sofrem o fascínio do comércio malsão, metamorfoseando-se em caçadores do êxito mundano, no qual tantos nos barateiam o estandarte de princípios sagrados, convertendo-o na bandeira cinzenta do desânimo para todos os que nos batem à porta, suspirando por socorro espiritual e terminando, desapontados, diante do nosso exemplo desencorajador.

10 A mediunidade, para triunfar, precisa reconhecer que o amor fraterno é a chama capaz de purificá-la.

11 Compete-nos hipotecar nossas forças à obra de redenção das nossas atividades, porquanto não é justo oferecer pão ao faminto e agasalho aos nus, relegando-lhes o espírito à sombra da ignorância.

12 É louvável dar o que temos nas mãos; contudo, é mais importante dar nossas mãos para que o ajudado aprenda a ajudar-se.

13 Consideramos indispensável uma campanha de boa vontade, suscetível de alijar da nossa luta benemérita tudo aquilo que represente acomodação com o menor esforço, para que o nosso ideal traduza lição de Nosso Senhor Jesus-Cristo em nossas atitudes de cada hora.

14 Para isso, porém, é inadiável o esforço ingente de nossa própria regeneração, de modo a não perdermos tanta esperança na música das palavras vazias.

15 Devemos estabelecer a competência mediúnica em base de solidariedade humana, a expressar-se em serviço aos semelhantes, entendendo, no entanto, que ninguém pode servir, ignorando como servir.

16 Disso decorre o impositivo de luz em nosso cérebro e em nosso coração, para que o serviço espiritista seja realização do Divino Mestre conosco e por nós.

17 Arejemos, pois, o mundo íntimo no santuário da educação, para que a mediunidade e o amor não se escravizem à sombra, e roguemos ao Pai Celestial nos conceda a precisa coragem de viver o Evangelho de Jesus, hoje e sempre.


Argeu Pinto dos Santos



[1] O comunicante se refere ao nosso irmão Enio Santos, companheiro do Grupo, que lhe foi filho na vida material. — Nota do organizador.


Texto extraído da 1ª edição desse livro.

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