O Caminho Escritura do Espiritismo Cristão
Doutrina espírita - 2ª parte.

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Instruções psicofônicas — Autores diversos


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Tema evangélico

Nas atividades da noite de 25 de março de 1954, tivemos a visita de vários irmãos desencarnados, procedentes das Igrejas Reformadas. No encerramento, dirigindo-se a eles e a nós, manifestou-se o irmão Álvaro Reis, n que foi eminente pastor no Brasil, cuja palavra focalizou elevado tema evangélico, destacando a responsabilidade dos espíritas, como detentores das interpretações mais avançadas do ensinamento de Jesus.


1 Amigos, que Jesus nos mantenha em seu amor.

Não sabemos de outra felicidade maior que a vossa, porque ainda na carne sois preparados para a senda do Espírito, de maneira a que não vos desvieis do roteiro de luz.

2 O Espiritismo funciona em vossas experiências como intérprete das lições divinas, oferecendo soluções simples aos problemas complicados, satisfazendo indagações e decifrando enigmas, ao clarão da fé sem artifícios, capaz de guindar-vos às eminências do trabalho com o Senhor, sem a contenção muita vez abusiva de autoridades humanas, estranhas à vocação do Evangelho, e que, ao invés de vos garantirem a escalada, talvez até vos tolhessem o direito de aprender, servir e experimentar.

3 Entretanto, crede que muito maior é a responsabilidade que vos pesa nos ombros, porquanto o nosso irmão católico romano, em transpondo o limiar do túmulo, poderá referir-se às peias mentais a que foi escravizado no culto externo, e o companheiro da Igreja Reformada alegará com justiça o insulamento a que foi constrangido na clausura da letra.

4 Vós, porém, avançais a céu escampo, guardando conhecimentos evangélicos mais suscetíveis de plena identificação com a Verdade, nutrindo-vos, desde agora, com os frutos sazonados da vida eterna.

5 A concepção real da justiça vos favorece mais clara visão do Universo e sabeis como ninguém que o Paraíso deve ser edificado gradativamente em nós mesmos, todos os dias.

6 Egressos da Igreja Reformada, lastimamos a impossibilidade de retroação no tempo, para reestruturar a conceituação do Testamento Divino e buscar, como acontece convosco, o supremo consolo da fé ajustada aos fundamentos simples da vida, sem o férreo arcabouço das convenções humanas.

7 Desejávamos para nós mesmos o trato espontâneo e puro com a fonte viva da Boa-Nova, a fim de nos habilitarmos às revelações maiores, pela regeneração de nossos próprios preceitos.

8 Ainda assim, não obstante os prejuízos do passado, rejubilamo-nos com a formação da vanguarda espírita-cristã, valoroso e pacífico exército de almas fervorosas que, pelos méritos da oração e do arrependimento, da boa vontade e do serviço aos semelhantes, vem construindo no mundo precioso trilho de acesso à comunhão com Jesus.

9 Regozijamo-nos, como quem sabe que a fortuna do vizinho é também a nossa fortuna, e, se é possível deixar-vos uma lembrança amiga, em sinal de contentamento pelo primeiro contato convosco, ofertamos aos vossos corações a palavra do Mestre Divino, nas anotações do Apóstolo Mateus, no capítulo 6, versículo 33, quando o Celeste Amigo nos adverte:

— “Buscai, acima de tudo, o Reino de Deus e a sua justiça e todas essas coisas ser-vos-ão acrescentadas.”

10 Recuando ao tempo de sua palavra direta, recordemos que a multidão perguntava sobre o comer, o beber, e o agasalhar-se

Essas coisas, porém, cresceram com a civilização.

11 Não apenas pão do corpo, mas pão do espírito em forma de educação e paz.

12 Não apenas beber água, na ordem material, mas sorver o idealismo santificante de que o Mestre mesmo foi o excelso portador.

13 Não apenas o agasalhar-se com as vestes corruptíveis que cobrem o corpo denso, mas o abrigar-se cada um de nós na alegria da consciência reta, para que o coração unido ao Cristo respire na inexpugnável cidadela do dever respeitado.

14 A significação dessa trilogia de verbos tão rotineiros no mundo é, hoje, como vemos, mais complexa.

15 Precisamos dessas coisas

Essas coisas, que podemos também simbolizar como harmonia interior, tranquilidade doméstica, equilíbrio na vida pública e privada, compreensão para com os amigos, tolerância para com os adversários, dignidade nas provações e força para ultrapassar as nossas próprias fraquezas, são necessidades prementes que não podemos olvidar.

16 Mas para que essas coisas sejam acrescentadas à nossa vida, é indispensável procuremos o Reino de Deus e sua justiça, que expressam felicidade com merecimento.

17 Façamos o melhor, sentindo, pensando e falando o melhor que pudermos.

18 Honrando o Reino de Deus e sua justiça, o nosso Divino Mestre passou na Terra em permanente doação de Si mesmo…

19 Eis o padrão que nos deve inspirar as atividades, porque não nos bastará crer acertadamente e ensinar com brilho, mas, acima de tudo, viver as lições.

20 O Reino de Deus inclui todos os bens materiais e morais, capazes de serem incorporados ao nosso Espírito, seja onde for, no entanto, importa merecê-lo por justiça e não apenas desejá-lo pela fé.

21 Amigos, temos agora conosco o programa certo. Atendamo-lo.

22 E que o Senhor nos reúna em valioso entendimento, para a obra de cooperação no Evangelho que nos cabe executar, é tudo o a que aspiramos de melhor para que o serviço do bem nos conduza ao Grande Bem com que nos acena o futuro.


Álvaro Reis


Texto extraído da 1ª edição desse livro.

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