O Caminho Escritura do Espiritismo Cristão
Doutrina espírita - 2ª parte.

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Ideias e ilustrações — Autores diversos


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Do amor


A arma infalível n

1 Certo dia, um homem revoltado criou um poderoso e longo pensamento de ódio, colocou-o numa carta rude e malcriada e mandou-o para o chefe da oficina de que fora despedido.

2 O pensamento foi vazado em forma de ameaças cruéis. E quando o diretor do serviço leu as frases ingratas que o expressavam, acolheu-o, desprevenidamente, no próprio coração, e tornou-se furioso sem saber por quê. 3 Encontrou, quase de imediato, o subchefe da oficina e, a pretexto de enxergar uma pequena peça quebrada, desfechou sobre ele a bomba mental que trazia consigo.

4 Foi a vez do subchefe tornar-se neurastênico, sem dar o motivo. Abrigou a projeção maléfica no sentimento, permaneceu amuado várias horas e, no instante do almoço, ao invés de alimentar-se, descarregou na esposa o perigoso dardo intangível. 5 Tão-só por ver um sapato imperfeitamente engraxado, proferiu dezenas de palavras feias; sentiu-se aliviado e a mulher passou a asilar no peito a odienta vibração, em forma de cólera inexplicável. 6 Repentinamente transformada pelo raio que a ferira e que, até ali, ninguém soubera remover, encaminhou-se para a empregada que se incumbia do serviço de calçados e desabafou. Com palavras indesejáveis inoculou-lhe no coração o estilete invisível.

7 Agora, era uma pobre menina quem detinha o tóxico mental. Não podendo despejá-lo nos pratos e xícaras ao alcance de suas mãos, em vista do enorme débito em dinheiro que seria compelida e aceitar, acercou-se de velho cão, dorminhoco e paciente, e transferiu-lhe o veneno imponderável, num pontapé de largas proporções.

8 O animal ganiu e disparou, tocado pela energia mortífera, e, para livrar-se desta, mordeu a primeira pessoa que encontrou na via pública.

9 Era a senhora de um proprietário vizinho que, ferida na coxa, se enfureceu instantaneamente, possuída pela força maléfica. Em gritaria desesperada, foi conduzida a certa farmácia; entretanto, deu-se pressa em transferir ao enfermeiro que a socorria a vibração amaldiçoada. Crivou-o de xingamentos e esbofeteou-lhe o rosto.

10 O rapaz muito prestativo, de calmo que era, converteu-se em fera verdadeira. Revidou os golpes recebidos com observações ásperas e saiu, alucinado, para a residência, onde a velha e devotada mãezinha o esperava para a refeição da tarde. Chegou e descarregou sobre ela, toda a ira de que era portador.

— Estou farto! — Bradou, — a senhora é culpada dos aborrecimentos que me perseguem! Não suporto mais esta vida infeliz! Fuja de minha frente!…

Pronunciou nomes terríveis. Blasfemou. Gritou, colérico, qual louco.

11 A velhinha, porém, longe de agastar-se, tomou-lhe as mãos e disse-lhe com naturalidade e brandura:

— Venha cá, meu filho! Você está cansado e doente! Sei a extensão de seus sacrifícios por mim e reconheço que tem razão para lamentar-se. No entanto, tenhamos bom ânimo! Lembremo-nos de Jesus!… Tudo passa na Terra. ( † ) Não nos esqueçamos do amor que o Mestre nos legou…

Abraçou-o, comovida, e afagou-lhe os cabelos!

12 O filho demorou-se a contemplar-lhe os olhos serenos e reconheceu que havia no carinho materno tanto perdão e tanto entendimento que começou a chorar, pedindo-lhe desculpas.

Houve então entre os dois uma explosão de íntimas alegrias. Jantaram felizes e oraram em sinal de reconhecimento a Deus.

13 A projeção destrutiva do ódio morrera, afinal, ali, dentro do lar humilde, diante da força infalível e sublime do amor.

Neio Lúcio


*

O amor é assim como um sol

De grandeza indefinida,

Que não dorme, nem descansa

No espaço de nossa vida. ( † )

Sabino Batista


*

Palavras que amparam sempre

Sem sombra, vinagre ou lama,

Nascem somente na fonte

Do coração de quem ama. ( † )

Ormando Candelária


*

O amor, sublime impulso de Deus, é a energia que move os mundos. Tudo cria, tudo transforma, tudo eleva. Palpita em todas as criaturas. Alimenta todas as ações. ( † )

João de Brito



[1] Esta mensagem foi publicada originalmente em 1964 pela FEB e é a 12ª lição do livro “Alvorada cristã.”


Texto extraído da 1ª edição desse livro.

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