O Caminho Escritura do Espiritismo Cristão
Doutrina espírita - 2ª parte.

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Intercâmbio do bem — Familiares diversos


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Vladimir Jorge

07 DEZEMBRO 1953 — 22 MAIO 1973

“Quatro meses após a partida do meu filho, fui a Uberaba pela primeira vez, e, através de um aperto de mão e um sorriso, Chico Xavier me dizia para ter paciência, pois, a missão do Vladimir já havia terminado na Terra e tranquilizou-me quanto à sua situação no Plano Espiritual.

“A partir do ano seguinte, recebi algumas mensagens do Vladimir, através do Chico, uma das quais é publicada neste livro.

“Graças a Deus, hoje estamos conscientes e felizes após as mensagens tão claras. Rogamos a Jesus que abençoe sempre e sempre o nosso amigo Chico Xavier porque, através de suas mãos, pudemos receber a consolação e a paz para os nossos corações.”


Elvira Pinto Jorge


Vladimir nasceu em São Paulo no dia 07 de dezembro de 1953. Com Vânia, sua única irmã, o cunhado Frederico Alves, as sobrinhas Patrícia, Andrea e Simone, e os pais, Renê Jorge e D. Elvira, formou sua família aqui na Terra.

Os pais, a irmã e o cunhado são muito ligados ao GEEM — Grupo Espírita Emmanuel S/C Editora, de São Bernardo do Campo — de cujas atividades participam irrestritamente.

Frederico e Vânia dirigem o Grupo Casimiro Cunha — departamento do GEEM que cuida da divulgação espírita em Braille, além de aglutinar, através de extraordinário trabalho, companheiros cegos que encontram no Grupo Casimiro Cunha o amparo, o esclarecimento e a presença amiga de seus incansáveis diretores.

Desencarnou no município de Taubaté (SP), no ano em que concluiria o Curso de Administração de Empresas.




MENSAGEM


1 Mamãe, eu desejava escrever muito. Falar muito. Mas a sua bênção, em nome de Deus, é para mim o bastante para que me sinta contente por não conseguir expressar-me como desejaria.

2 Estou feliz, porque consegui trabalhar. Reajustar-me em tarefas novas. Luto pelo soerguimento. E isso, querida mamãe, não é fácil, depois de mudança inesperada como aquela que experimentamos.

3 A princípio, foi a luta. A luta enorme. Mas creia, os seus pensamentos de conformação me sustentaram.

4 Consultava o seu coração e sentia o seu valor de sempre, animando-me e instruindo-me para a renovação. 5 As suas preces eram conversações queridas como são ainda hoje, quando o seu carinho se volta para a recuperação espiritual do papai. Prometo. Colaborarei com o seu devotamento.

6 Sou pequenino servidor a integrar-se nas obrigações diferentes, entretanto, os Mensageiros do Bem que nos guardaram nos braços, auxiliando-nos na travessia da prova em que nos vimos, tomarão meu pai aos cuidados deles e vê-lo-emos novamente refeito, no campo da fé.

7 Entendo, papai crê, mas a luz da confiança que sempre manteve em Deus brilha por trás da nebulosa das lágrimas concentradas naquele coração imenso de missionário do trabalho e construtor do bem.

8 Deixemos a ele o direito de interpretar as ocorrências do mundo, ao modo atual em que se lhe mostram as opiniões; o tempo é gerente da renovação espiritual e, com os dias, todas as situações se alteram para melhor.

9 Meu pai sonhou com um trio de forças que prossegue íntegro, tanto quanto possível, mas de outra maneira que não aquela que ele aguardou da vida. 10 Estou em Outra Dimensão, mas prossigo agindo e servindo sempre à nossa casa e à nossa causa, e o nosso caro Fred hoje vê melhor com o discernimento íntimo, porque associado à nossa querida Vânia, ele vale por muitos obreiros na tarefa a que fomos chamados.

11 Nosso caro Valdemar, n além de nós, aí se encontra ao nosso lado e no centro de nossas forças unidas; temos a sua energia maternal em que meu pai se baseia para ser, em favor de nós todos, o companheiro e o mantenedor de todas as horas.

12 Mamãe, continuemos. Diga ao nosso Frederico e à nossa Vânia que a nossa indústria está incluindo, graças a Deus, a indústria da assistência aos nossos companheiros tutelados do Braille. A obra vai conquistando novos horizontes e espalhando novas bênçãos.

13 Não posso dizer que me vejo incessantemente em casa, mas quanto se me permite estou em nosso ambiente, feliz por revisar meus pontos de vista em níveis mais altos.

14 Ao papai, envio o coração. Analista pelo raciocínio, campeão de lógica que ele é, compreendo que ele me buscará muito mais com o cérebro do que com o coração, mas minha avó Maria e meu avô Assif n esclarecem-me que violência não vale. Exijamos o fruto na flor e a flor desaparecerá com a nossa reclamação sem realizar-se no próprio destino.

15 Mamãe, querida, o trabalho no bem com o amparo de Deus nos trará a resposta para todas as nossas necessidades.

16 Rogo ao seu carinho a sustentação da perseverança em que nos formou o caráter. A pedra na Dutra terá inutilizado um carro e alterado uma vestimenta física — no caso a de seu filho — mas deixou-me intacto para seguir adiante. Papai reconhecerá que tudo é significação e luz na própria dor que nos visite.

17 A bondade de Deus reina sobre tudo e, ainda que não entendamos isso, apressadamente, as nossas dificuldades de percepção não modificam as bênçãos divinas.
Sejamos agradecidos. Não nos faltará o socorro do Mais Alto. Guardemos a certeza disso e prossigamos para a frente.

18 Agradeço a sua calma e a sua fé viva, a sua compreensão e a sua paciência. De tudo o que aparece de melhor na vida, há sempre um coração repleto de amor oculto nos acontecimentos que se fazem visíveis. E o coração das mães é esse tesouro escondido nos fatos da existência.

19 Abençoe-me e continue amparando-me. Lembranças para Fred e Vânia, com muito afeto a todos os que se fizeram continuação de nosso trabalho e de nossa casa, iluminada de amor.

20 E pedindo perdão pela impossibilidade de exprimir a emoção e a esperança que me dominam a alma, peço para receber o carinho incessante e a gratidão total de seu filho, sempre seu filho,


Vladimir

07 de fevereiro de 1976. 


Caio Ramacciotti

Paulo de Tarso Ramacciotti



[52] Valdemar Marques de Oliveira (Dema) — amigo de infância. Achava-se próximo do Vladimir, mas em outro carro, quando do acidente, na Rodovia Presidente Dutra.

[53] Maria Assif Jorge e avô Assif, desencarnados já há muitos anos.


Texto extraído da 1ª edição desse livro.

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