O Caminho Escritura do Espiritismo Cristão
Doutrina espírita - 2ª parte.

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Eles voltaram — Familiares diversos


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Ele escrevia Edvaldo no chão, nas paredes, onde pudesse…

O menininho Edvaldo Júnior era uma das grandes alegrias do casal Edvaldo Roel da Silva e D. Maria Abadia da Silva, residente em Uberaba, Minas Gerais. Formava com os seus irmãos Rogério, Elizete e Sandra uma constelação familiar muito feliz.

Júnior nasceu em 2 de dezembro de 1970. Apesar de doentinho, com enfermidade congênita no coração, levava uma vida quase normal.

Aprendeu muito cedo a escrever o seu prenome com letras maiúsculas, vendo o trabalho de seu pai, pintor de letras. Escrevia EDVALDO no chão, nas paredes, onde pudesse, com muita graça, despertando a atenção dos familiares, sempre enfeitando a parte superior da primeira letra com pequenos rabiscos.

Gostava de estudar, mas frequentou escola apenas três meses — a Escola Estadual “América” —, pois desencarnou precocemente, em 7 de maio de 1979, antes de completar 9 anos de idade, deixando seus pais desconsolados.


Poucos dias depois do doloroso acontecimento — escreve a confreira e amiga Profª Izabel Bueno, residente em Uberaba/MG, que, atendendo gentilmente a nosso pedido, entrevistou os pais de Júnior —, uma amiga presenteou sua mãe com o livro Luz Bendita (Emmanuel, médium F. C. Xavier, Rubens S. Germinhasi, Ed. Ideal.), que lhe trouxe muito conforto e grande meditação sobre a vida além-túmulo.

Os familiares do menino Edvaldo não são espíritas. Conheciam o médium Francisco Cândido Xavier de vista e pelos programas de televisão, mas nunca haviam conversado com ele.

Em julho de 1979, sua mãe, D. Abadia, foi ao Grupo Espírita da Prece pela primeira vez, em companhia de sua irmã, e conversou com o médium sobre a desencarnação de seu filho, dando referências somente de nome, idade e data de seu falecimento.

Naquele encontro, Chico Xavier lhe informa que o Espírito do menino Edvaldo estava amparado por sua avó Maria de Carvalho, ao que Dona Abadia responde que a sua avó não tinha esse nome. Em seguida, o médium lhe disse que estava falando no seu ouvido que era sim, Maria de Carvalho. Foi então que Dona Abadia se lembrou do seu nome verdadeiro, recordando o fato de todos a chamarem por Augusta, pedindo desculpas ao médium.


Em outubro de 1979, a mãe volta ao Grupo Espírita da Prece e coloca sobre a mesa um pedido de notícia, recebendo no final da reunião a seguinte informação dos Espíritos:

“Filha, Jesus nos abençoe.

O querido filho permanece reconstituindo as próprias forças espirituais junto de abnegados Benfeitores da Vida Maior.

Confiemos no amparo de Jesus, hoje e sempre.”


Depois, em janeiro de 1980, dia 25, voltou Dona Abadia ao Grupo Espírita da Prece, conversando rapidamente com Chico Xavier durante o atendimento que antecipa o trabalho, tendo o médium convidado a mesma a voltar à noite para a reunião.

O casal Edvaldo Roel da Silva compareceu já no fim da reunião e qual não foi a sua surpresa, quando foi lida a mensagem psicografada do menino Edvaldo, com provas de perfeita identificação.


“ESTOU DE NOVO NUMA ESCOLA COM MUITOS AMIGOS”


1 Querida mamãe Abadia. Peço a sua bênção.

2 A vovó Maria de Carvalho e a tia Amélia, n que me diz ser nossa tia desde que a senhora ainda era menina, me trouxeram até aqui para escrever que estou bem. A notícia é para o seu coração, para o papai Edvaldo, para a Elizete, para a Sandra e para o Rogério.

3 Quando cheguei para a casa de vovó Maria eu ainda estava muito doente, mas já melhorei e estou de novo numa escola com muitos amigos da minha idade. n

4 Tudo é tão lindo, mas eu ainda sinto muita falta de sua presença, do papai e dos irmãos, mas estou informado de que devo ser forte para vencer e dar aos meus entes queridos as alegrias que lhes devo.

5 A vovó Maria diz para não chorarmos com tristeza. Tenho a ideia que vejo a senhora chorando e pensando em mim. n Se isso é assim mesmo quero tranquilizá-la, afirmando que vou sempre indo para melhor.

6 Mamãe Abadia, abrace o papai, as meninas e o Rogério por mim, e peço ao seu coração querido receber muitos beijos de seu filho, sempre seu filho do coração, n


Edvaldo Roel da Silva Júnior n


NOTAS E IDENTIFICAÇÕES


1 — “O seu pai, em suas informações, disse-nos (à entrevistadora, Profª Izabel Bueno) ter estabelecido duas condições para acreditar na veracidade de uma mensagem de seu filho:

1ª) — Que a assinatura fosse idêntica à que escrevia o menino antes de aprender a ler e escrever; e também, a que aprendeu na escola. Verificamos que a mensagem foi assinada conforme a identificação estabelecida: o prenome como aprendeu em casa, antes de frequentar a escola, até os dois pequenos rabiscos em cima da letra “E” (plenamente reconhecidos por seus pais), e o nome de família assinado da forma aprendida na escola. [Ver fac-símile do final da carta de Edvaldo à pág. 60 do livro impresso]

2ª) — Que na mensagem houvesse referência à sua mãe, avó do menino, mas, com o seu verdadeiro nome: Maria de Carvalho, pois; a mesma era chamada de Augusta de Carvalho, porque não gostava de seu nome legítimo. Todos a chamavam de Dona Augusta. No seu atestado de óbito consta Maria de Carvalho, o que surpreendeu a muitos de sua família que ignoravam o seu verdadeiro nome.

Na mensagem Edvaldo se refere inicialmente à “Vovó Maria de Carvalho”, numa perfeita identificação. Dona Maria de Carvalho desencarnou há 11 anos na cidade de Uberaba, Minas Gerais.

Satisfeitas as duas condições estabelecidas pelo pai, não houve dúvidas sobre a aceitação da mensagem pela família e por todos que tiveram o conhecimento do fato.”


2 — “Mas, como para completar a identificação, aparece outra prova irrecusável de referência: a tia Amélia. Informou-nos Dona Abadia, mãe de Edvaldo, que a tia Amélia era sua vizinha do tempo de menina, muito amiga de sua família, e a quem ela chamava de tia, por amor e admiração. Certificamo-nos de que, quando Dona Abadia se casou, a tia Amélia já havia desencarnado. Seu nome era Amélia Alves Carvalho e desencarnou há 16 anos em Uberaba.”


3 — Quando cheguei para a casa da vovó Maria eu ainda estava muito doente, mas já melhorei e estou de novo numa escola com muitos amigos da minha idade. — Esta frase define, perfeitamente, a vida de uma criança após a sua desencarnação. No Mundo Espiritual existem cidades com lares, escolas, templos, instituições, hospitais, locais de recreações, etc. O corpo espiritual sofre as consequências dos problemas (traumas e doenças) do corpo material, necessitando de refazimento ou tratamento após a morte física. Edvaldo não precisou de hospitalização, tendo sido conduzido para a casa de sua vovó Maria, que já estava no Além havia 11 anos. E quando Júnior se recuperou, voltou a frequentar uma escola que, naturalmente, funciona nos moldes das escolas terrenas, também com crianças agrupadas pela idade e grau de instrução.


4 — Tenho a ideia que vejo a senhora chorando e pensando em mim. — Júnior disse uma verdade, pois não há barreiras, nem com a morte física, para aqueles que se amam, permanecendo unidos pela sintonia mental. A Humanidade encarnada e desencarnada está mergulhada num fluido universal que permite a propagação do pensamento, unindo as almas afins.


5 — “Para a família a mensagem representou a esperança e a consolação na certeza da continuidade da vida depois da morte. A mãe de Edvaldo nos afirma (à entrevistadora) com um sorriso de felicidade que o seu maior conforto é de saber que o seu filho continua vivo. Isso trouxe alegria e paz a seu lar, para prosseguir nas lutas da existência com os outros filhos que Deus lhe deu: Sandra, Elizete, Rogério (citados na mensagem) e Andreia, nascida recentemente. Verificamos, assim, mais um dos inúmeros casos que a Doutrina Consoladora dos Espíritos esclarece para manter viva a chama da esperança no difícil percurso da existência humana.”


Hércio Arantes


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