O Caminho Escritura do Espiritismo Cristão
Doutrina espírita - 2ª parte.

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Estrelas no chão — Autores diversos


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Porta de médium

1 Sabemos, além da Morte,
Que o Plano de Amor e Luz
Vive hoje aberto aos homens
Para a união com Jesus.
Até eu, que pouco entendo
De paz, amor e serviço,
Já sou cabra lecionado,
Consciente quanto a isso.


2 Fui prestar cooperação,
No socorro à nossa gente,
Trabalhando, junto à porta
De pobre médium doente,
A fim de lembrar o Cristo
A quem me surgisse à frente.


3 Vi muitos grupos chegando
Tanto em carros, quanto a pé,
Então anotei o assunto
Grave e difícil como é…
Ninguém buscava Jesus,
Nem queria a luz da fé.


4 Eu falava em Vida Nova,
Tentando a telepatia,
Exaltando o amor de Deus,
De Jesus e de Maria;
Na porta, gente e mais gente,
No entanto, ninguém me ouvia…


5 Parecia um pandemônio
O povo desesperado,
Ninguém pensava no médium,
Que se mantinha acamado;
Cada pessoa na porta
Era um problema de lado.


6 Agora, vinha uma dama
Chorando um homem fugido,
Logo após, vinha uma esposa,
Queixando-se do marido;
Em seguida, o esposo veio
A declarar-se ofendido.


7 Um homem chegou, às pressas,
Exigindo uma sessão
Para livrar-se da sogra
Que o punha na contramão…
A mulher era só dele
Com razão ou sem razão.


8 Um rapaz apareceu,
Falando em ódio e vingança…
Queria agir contra o pai
Com medidas sem tardança,
Destacando, indignado,
Os seus direitos de herança.


9 Sem a presença do médium,
Que se via adoentado,
Fez-se logo um bafafá,
Com duro palavreado;
E o sururu só se foi
Ante o boné de um soldado.


10 Quando o dia terminou,
Mergulhei na indagação:
Estamos certos de unir
Jesus e o povo brigão?
Só sei que, em porta de médium,
Servir, não quero mais, não.


Leandro Gomes de Barros


Texto extraído da 1ª edição desse livro.

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