1 Se é imperioso reconhecer a nossa obrigação de dar a César o que é de César, ( † ) somos constrangidos a observar que a experiência material reclama excessivamente da criatura.
2 O homem, quando integrado em suas funções habituais, é convidado a obrigações mil cada dia.
3 Preocupações, ansiedades, exigências e ilusões obscurecem a visão da alma encarnada que, pouco a pouco, quase sempre, desce devagar ao abismo largo da tristeza e do desencanto, quando não dispõe dos recursos da fé.
4 Isso, contudo, acontece vulgarmente porque raros são os homens que se lembram dos minutos de Deus, no círculo das horas.
5 Não nos esqueçamos de que o poder humano, seja qual for a sua origem, procede do Eterno Pai, e, se é justo pagar os tributos que nos competem na Esfera densa quando nos envolvemos nos fluidos carnais, ninguém está impedido de libertar-se, em espírito, a fim de procurar o Senhor e fruir-lhe a bondade infinita.
6 Inicia a tua obra de autolibertação, concedendo alguns instantes ao Criador em suas criaturas e em suas edificações, cada dia, distribuindo algo de ti mesmo em amor, em generosidade, em paz, cooperação, bom ânimo e alegria e observarás que o espaço e o tempo do Senhor, em tua vida, crescerão gradativamente, exonerando-te de pesados impostos para com a experiência comum.
7 Entrega a César o que a ele pertence, mas não olvides as obrigações que nos ligam ao Céu, porque, assim, nos adiantaremos para o Alto, confiando os nossos melhores sentimentos ao culto da fraternidade, com trabalho espontâneo a benefício dos nossos semelhantes, em toda parte.
8 Ninguém permanece inibido de cultivar a verdadeira felicidade, que somente floresce e frutifica no santuário do coração.
9 Consagremos, pois, a Deus, os minutos de bondade e harmonia que devemos improvisar em Seu Nome, em favor da comunidade, dentro da qual evoluímos na luta cotidiana, e o Senhor, em sua magnanimidade imensurável, nos entregará a Eternidade com libertação imperecível.
Emmanuel
[1] Essa mensagem foi publicada em dezembro de 1953 pela FEB no Reformador e é também a 80ª lição do 2º volume do livro “O Evangelho por Emmanuel.” — Esse capítulo foi restaurado: Texto do livro impresso.