O Caminho Escritura do Espiritismo Cristão
Doutrina espírita - 2ª parte.

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…E o amor continua — F. C. Xavier / Divaldo P. Franco — Familiares diversos


1


Maria da Conceição Corrêa

D. Maria da Conceição Corrêa, que firma a presente mensagem, tia da destinatária, não foi por esta conhecida, em razão de haver desencarnado antes que D. Ginette nascesse.

Citado o nome da Entidade, a destinatária não conseguia recordar-se de quem se tratava.

Somente após a leitura da carta mediúnica é que lhe veio à mente a lembrança da tia generosa, que lhe trazia do Além-Túmulo conforto e orientação, completando a página que lhe enviara a genitora, nessa mesma noite, através do médium Divaldo P. Franco, conforme verificaremos adiante.

Na página psicografada, D. Maria da Conceição aborda com sutileza e sabedoria, uma questão que preocupava D. Ginette e seus familiares, a respeito de uma oferta que fora proposta para o “Lar Escola Maria Messias do Carmo Corrêa”

D. Ginette declarou publicamente:


DEPOIMENTO DA FAMÍLIA


“Quando nos dirigíamos a Uberaba solicitamos mentalmente, à nossa mãe Maria do Carmo que nos orientasse como proceder em face a uma doação que nos era dirigida.

É uma agradável surpresa que nossa tia aborde com sabedoria o assunto, tranquilizando-nos e apoiando-nos nas aspirações cristãs que mantemos a serviço do Bem.

Não podemos duvidar da autenticidade da mensagem, não apenas pelo respeito profundo que o medianeiro do Além goza por parte de todos nós, mas também pelos nomes de pessoas da família citadas, alguns difíceis de grafar e não tão comuns detalhando acontecimentos e fatos somente por nós conhecidos.”


MENSAGEM DE MARIA DA CONCEIÇÃO CORRÊA

Psicografia: Francisco Cândido Xavier


1 Queridas sobrinhas do coração,

2 Deus nos proteja. Estamos ligadas a vocês, com a nossa Do Carmo n e com a nossa Sebastiana, n no mesmo ideal.

3 Comove-nos reconhecer a fidelidade de todas vocês aos nossos compromissos de fé, abraçados na esperança de nossas realizações que prosseguem no ritmo desejável.

4 Sentimos e pensamos, notando que as vibrações do nosso sentimento percorrem o coração das sobrinhas queridas, com a matemática da telepatia com que as leis de Deus selaram o amor. 5 Muitas vezes mentalizamos esse ou aquele detalhe de serviço, iniciando pelo contato com a nossa Ginette n e logo, em seguida, observamos a nossa Odete, animada pelo mesmo fluxo de ideias, alcançando, logo após, Maria Lúcia, Maria Tereza e Catarina, n para que os nossos planos de serviço tomem a força precisa, na estrada indispensável à esperada concretização. 6 Não quero alhear os nossos sobrinhos de nossa união, entretanto, Higino n e os outros são chamados por certas designações de luta construtiva a setores de trabalho tão diferentes dos nossos que, no caso, me limito a envolvê-los na bênção de nossas preces, aguardando o tempo em que consigam compartilhar de nossas atividades e obrigações.

7 Querida Ginette, compreendemos, seu pai, a mamãe e eu, as suas observações prudentes no transcurso de todos os movimentos e novidades que se relacionam com o nosso recanto de tarefas e espero que você com as irmãs prossigam irradiando esse cuidado que se deve nutrir para com uma instituição dedicada a Jesus n que, à maneira de planta rara e preciosa, reclama defesa e segurança no desenvolvimento que lhe diz respeito. 8 Filhas queridas, atendendo-se às obrigações profissionais que lhes pautam o tempo é mais que justo e sim absolutamente necessário que o levantamento de nossa edificação se processe com o vagar preciso. 9 A pressa estragaria a nossa construção de paz em família e semelhante construção é imprescindível à garantia de nossas tarefas esquematizadas para o futuro. Esperemos mais tempo, a fim de alterar o nosso ritmo de ação.

10 Por agora não nos será lícito esquecer as obrigações do dia a dia, nas quais não seria compreensível tivéssemos privilégios sobre o caminho natural dos outros, dos nossos irmãos que igualmente lutam e se esfalfam no desempenho dos encargos que abraçam esperando a ocasião em que se lhes faça possível a doação do tempo e, às vezes, até da própria vida às obras do bem, com cujo erguimento vivem sonhando. 11 Admitimos a necessidade do concurso alheio na formação dos alicerces do porvir a que aspiramos juntas e, por isso, dentro dos preceitos legais e da boa consciência quaisquer recursos que nos venham às mãos são bênçãos dos Mensageiros do Senhor, amparando-nos com os tijolos de hoje para a sustentação das paredes de amanhã. 12 Vocês saberão, com o amparo de Jesus, receber o apoio do Alto e aplicá-lo para o bem, como sucede até agora e não devemos recusar o amparo que se nos estenda em nome de Deus, como seria impossível coibir-se alguém de recolher o alimento do Sol com que a Divina Providência nos brinda, gratuitamente, no estágio da Terra. n

13 Entre exigir e abusar, pedir e receber, existem diferenças profundas que o discernimento natural da fé cristã nos ajuda a perceber. 14 Doemos, de nós, o melhor que pudermos, em favor da organização em que desejamos tão sinceramente servir e conservemos a certeza de que nos serviços de Deus existe um câmbio oculto, através do qual o Senhor não se esquece de nenhum trabalhador que se propõe a agir e a construir em Seu Nome.

15 A função cármica da Lei da causa e efeito funciona com exatidão; tanto para o mal quanto para o bem.

16 Se causamos sofrimento a outrem a reparação ser-nos-á exigida em tempo hábil, entretanto, qualquer migalha de amor ao próximo que ofereçamos em nome de Jesus, tem o seu correspondente acrescido de bênçãos para quem se consagra a estender amparo e socorro aos semelhantes. 17 O dinheiro, em si, é uma força neutra. A condução dele é que gera as consequências que não se nos fazem evitáveis, nessa ou naquela faixa da vida. Prossigamos preparando os recursos e caminhos para que o nosso ideal de auxílio à criança se faça com segurança, na marcha adiante.

18 Nesse sentido, dialogaremos em outra oportunidade. O ensejo é de agora expressar o nosso propósito de liquidar vacilações e dúvidas que, por vezes, interferem com as nossas tarefas conjugadas, impelindo-nos a despender mais tempo do que o necessário no exame das questões que aparecem.

19 Rogo a Deus nos conserve unidas e cada vez mais felizes pela possibilidade de acalentarmos os nossos sonhos de trabalho, em plena consonância de acordos entre nós.

20 Filhas queridas, com o abraço do papai e da mamãe presentes, peço a vocês recebam o carinho imenso com a gratidão incessante da tia, irmã e servidora, sempre amiga.


Maria da Conceição Corrêa

25.07.1981   


IDENTIFICAÇÕES


(1) Do Carmo — Mãe da destinatária.

(2) Sebastiana — Sebastiana Corrêa, sogra de D. Maria do Carmo.

(3) Ginette — Sobrinha da comunicante.

(4) Maria Lúcia, Maria Tereza e Catarina — sobrinhas da missivista.

(5) Higino — Sobrinho de D. Maria da Conceição.

(6) “Instituição dedicada a Jesus” — Refere-se ao Lar Escola Maria Messias do Carmo Corrêa.

(7) A Entidade atende a solicitação mental que a sobrinha fizera à genitora, quando na viagem a Uberaba e que ela se incumbiu de responder.


MARIA DO CARMO CORRÊA


BIOGRAFIA E ESCLARECIMENTOS


D. Maria do Carmo Corrêa nasceu na cidade do Espírito Santo do Pinhal, no Estado de São Paulo, em 30 de outubro de 1900 e desencarnou na cidade de São Paulo, no dia 14.05.1969.

Mãe de oito filhos: cinco mulheres e três homens, aos quais se dedicou com desvelo, carinho e muito amor. Aliás, esse amor não se limitava só aos filhos, sabendo distribuí-lo com todos que a cercavam, caracterizando-se pela paciência de que dava mostras.

Espírito altamente cristão só via bondade nos outros. Cultivava nos filhos o hábito da oração e todos, desde pequeninos, aprendiam com ela a comunhão com Deus através da prece. Caridosa, ao extremo, D. Maria do Carmo contava com o apoio do esposo, Sr. José Corrêa, que nunca se negou a auxiliar quantos a ele recorressem deixando, na Terra, um vasto círculo de amigos.

Pelos seus muitos títulos de enobrecimento, D. Maria do Carmo demandou à Pátria espiritual com excelente bagagem, resultado da sua abnegação, humildade e amor praticados em favor de todos que conviviam com ela.

D. Maria do Carmo comunicou-se anteriormente através do médium Francisco Cândido Xavier, em três oportunidades diferentes.

Na noite de 25 julho de 1981, porém, utilizou-se do médium Divaldo Pereira Franco que não manteve qualquer contato com as pessoas da família presentes à reunião.

A presença de Divaldo nas reuniões do Grupo Espírita da Prece faz-se, periodicamente, sempre que o médium baiano vai a Uberaba, no labor de divulgar a Doutrina Espírita e em visita a Francisco C. Xavier.

Naquela noite, enquanto o médium Xavier atendia, em sala contígua ao local em que permanecia o público, as orientações espirituais, Divaldo explanou o tema em estudos como o fazem todos os participantes dos trabalhos, a fim de ser preservado o equilíbrio vibratório da reunião e propiciar-se esclarecimentos espíritas ao grande público que aflui àquela Entidade.

Um fato muito singular ocorreu nessa oportunidade, no que diz respeito às psicografias. O Presidente da Instituição, Sr. Weaker Baptista, como é de praxe, solicitou a Divaldo que lesse as mensagens recebidas, o que foi feito.

Uma delas é a que transcrevemos, firmada por D. Maria do Carmo Corrêa e dirigida à sua filha Ginette. Quando Chico Xavier procedeu à leitura das páginas que recebera, e novamente chamada D. Ginette, a quem fora destinada a carta por intermédio de Divaldo, o fato causou estranheza e curiosidade, produzindo uma agradável impressão em todos os que ali se encontravam em razão de uma mesma pessoa receber duas mensagens de familiares por médiuns diferentes na mesma ocasião e com conteúdo idêntico como se pode observar.

A carta, por Divaldo, era da genitora de D. Ginette, enquanto a recebida por Chico, fora ditada pela sua tia D. Maria da Conceição Corrêa.

Sobre o texto mediúnico e a sua autenticidade, assim se expressa D. Ginette:


DEPOIMENTO DA FAMÍLIA


“Foi a primeira vez que vimos o Divaldo participando daquela reunião, no Grupo Espírita da Prece.

Colaborando com o Chico, na mesa, em vista de tantos pedidos aflitos, vem-nos do Além, sem que esperássemos, embora desejássemos, uma maravilhosa mensagem. Mesmo teor, mesma pessoa. Como duvidar?

Novamente os nomes dos filhos, os nossos nomes, os dos nossos avós, do Monsenhor Vinhetas, palavras e orientações, que somente nós poderíamos compreender porque eram proferidas.”


MENSAGEM DE MARIA DO CARMO CORRÊA

Psicografia: Divaldo Pereira Franco


1 Ginette, n minha filha, Jesus nos abençoe os esforços na aquisição da paz.

2 No calendário terrestre passaram-se doze anos após a nossa transitória separação, mediante o abandono do invólucro material na intimidade do túmulo…

3 Esse tempo, no entanto, nada significou no relógio que controla os sentimentos profundos do nosso amor, desde que jamais estivemos distantes do lar amado, onde a felicidade foi entronizada no altar do trabalho graças à bênção relevante da fé que nos norteou e conduz os passos na direção de Deus…

4 O tempo somente significa sofrimento, quando a inconformação ante a realidade veste a saudade de revolta e sombreia o sol da nossa esperança, fazendo-nos transitar em trevas e dificuldades. 5 Para aqueles que, não obstante os sentimentos de separação mantêm os vínculos da ternura, na certeza do reencontro final, a alegria se musica de sinfonia formosa, fazendo que o passar dos anos nos aproxime da hora ditosa do reencontro sem dor, nem separação, nem morte…

6 Ao falar-lhe desta forma, não desejo negar o que me vai nalma durante este período, como desconforto por haver retornado e felicidade por haver volvido, continuando o ministério que abraçamos em nome do Pai Criador.

7 Nesse sentido, o trabalho tem-nos constituído o pão nutriente de todo dia, sustentando a nossa irrestrita confiança no que tange ao nosso futuro ditoso.

8 Falando-lhe assim, digo-o, também, querida filha, aos demais filhos da nossa sempre amada família, à nossa Catarina, à nossa Maria Tereza, à nossa Odette, à nossa Maria Lúcia, n sem esquecer-me dos filhos queridos, os nossos sempre rapazes José Hermínio, Higino e Luiz Gonzaga, n que nos constituem tesouros de inapreciável valor, que procuro reunir como pérolas de alto brilho com que um dia colocaremos num diadema de amor para coroar o Divino Amigo de todos nós, em nome da gratidão que nos domina por inteiro a atual circunstância e a vida ora livre da injunção orgânica.

9 Participando destes júbilos, as mamães Maria Messias e Sebastiana n se associam à minha emoção para dizer-lhes a todos, filhos queridos, da necessidade de prosseguirmos juntos, joeirando a terra dos corações para a sementeira de luz e amor com vistas a um mundo melhor e a uma humanidade mais ditosa no porvir.

10 O nosso Monsenhor Vinhetas n prossegue sendo o amigo das nossas atividades em nosso. Lar de crianças, n onde vocês têm sabido transformar espinhos em flores e dificuldades em realizações, sem permitirem que o desânimo lhes impeça o prosseguimento das obras.

11 Filha querida e amados filhos, a dificuldade é desafio que nos cumpre enfrentar para vencer e problema é convite ao esforço para a sua decifração. Não se deixem abater em circunstância nenhuma.

12 Estamos juntos nesta luta do bem contra o mal que ainda reside em nós e já podemos antever o dia feliz do futuro. Todavia, não descansemos sobre os primeiros louros alcançados, porquanto há muito por fazer, que devemos realizar, mantendo a certeza de que não nos encontramos a sós nesta batalha nossa, que também pertence ao Senhor de nossas vidas, que não cessa de operar com misericórdia e abnegação.

13 É verdade que se vivem na Terra dias e momentos muito graves, sem embargo, são estes os nossos solo e oportunidade para semear o bem com que a Vida nos honra, devendo prosseguir intimoratos e intemeratos na luta incessante, cujos resultados serão do Pai Celeste.

14 Em qualquer circunstância guardemos serenidade e fé, recolhendo-nos à oração, quando os problemas se nos apresentarem mais graves, desafiadores e rudes.

15 Jesus está a postos, no comando da Obra que Deus Lhe confiou e, na condição de servidores Seus, não podemos fracassar, agasalhando melindres ou relacionando problemas e queixas… A luz brilha e cumpre-nos aproveitar o momento feliz que se apresenta convidativo à realização.

16 Nunca se creiam a sós! Aqueles que amamos sempre estamos juntos.

17 Para que a noite não se fizesse temerosa e apavorante o Senhor salpicou-a de estrelas luminíferas e para que o campo verde perdesse a monotonia, a mão do Criador fez que surgissem miríades de multicoloridas flores silvestres…

18 Sempre haverá estrelas brilhando em nosso Céu e flores recendendo aroma e colocando cor em nosso campo de esperança…

19 Desejo agradecer-lhes o carinho e as lembranças no passado “Dia das Mães”. n


20 Uma antiga história hebreia conta que um certo filho tanto amava a sua mãe que, certo dia, viu-a tropeçar numa esteira, escapando-lhe do pé direito a sandália.

Para que a genitora não pisasse o chão, o filho correu com as mãos em concha e recebeu-lhe a pisada, diminuindo a rudeza do passo.

Emocionada e reconhecida, a mãezinha exclamou: — Filho, você me honra em demasia!

Igualmente sensibilizado, o jovem redarguiu: Não há amor, no mundo, que seja demasiado quando ofertado por alguém à sua mãe…


21 Vocês me honram a memória em demasia e cercam-me de ternura excessiva.

22 Sua pobre mãe, apenas procurou e busca prosseguir tentando cumprir com o dever de atendê-los, na honra infinita de os haver recebido.

23 Nesta carta que já se alonga, peço-lhes licença, queridos filhos, para reunir as flores puras do seu afeto em delicado ramalhete para ofertá-lo à Mãe Santíssima, a Rainha dos Céus, nossa Mãe e Benfeitora de sempre.

24 Ginette, Catarina, Maria Tereza, Odette, Maria Lúcia, José Hermínio, Higino e Luiz Gonzaga, filhos da alma, prossigamos com Jesus até o cessar das forças físicas quando, então, se abrirão, de par em par, as portas da Espiritualidade, em cujo Lar me encontro, procurando preparar condições para recebê-los com um hino de inefável ventura.

25 Abraçando-os com encantamento e gratidão, roga a Jesus que a todos nos abençoe e guarde, a mãezinha dedicada de sempre, sempre afetuosa.


Maria do Carmo

Maria do Carmo Corrêa

25.07.1981


IDENTIFICAÇÕES


(1) Ginette — Filha da missivista.

(2) Catarina, Maria Tereza, Odette, Maria Lúcia, José Hermínio, Higino e Luiz Gonzaga — Filhos de D. Maria do Carmo.

(3) Maria Messias e Sebastiana — Maria Messias de Oliveira e Sebastiana Corrêa, genitora e sogra, respectivamente, da comunicante.

(4) Monsenhor Vinhetas — Religioso católico de São João da Boa Vista, no Estado de São Paulo, sempre referido por D. Maria Messias.

(5) Lar de crianças — Lar Escola Maria Messias do Carmo Corrêa, obra de assistência a menores, na cidade de São Paulo.

(6) No “Dia das Mães”, os filhos homenagearam-na com carinho.


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