O Caminho Escritura do Espiritismo Cristão
Doutrina espírita - 2ª parte.

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Depois da travessia — 2ª Parte — Luiza Xavier


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A felicidade pelo próprio esforço

1 Querida Lúcia, n Deus nos proteja e nos abençoe! Desnecessário dizer que estou com você em suas caminhadas, entre as quatro paredes da nossa casa, no dever de cada dia.

2 Compreendo quanto lhe pesam as obrigações de mãe, mas peço a você coragem e paciência. Todos guardamos as semelhanças físicas com os outros, em família, mas em se tratando de filhos custou-me muito compreender que todos são diferentes, tanto quanto os dedos de nossas mãos. 3 Você está atravessando as veredas que segui noutro tempo, lutando para aprender que os filhos são diferentes uns dos outros. Sei que você está intimamente pasma com os obstáculos que encontra para ver os filhos felizes, segundo o seu modo de ver a vida, entretanto, é preciso deixá-los procurar a felicidade pelo próprio esforço. Continue a ser compreensiva e amorosa para com todos eles, amando e perdoando as faltas naturais de gente muito moça, encontrando na oração o caminho mais certo, a fim de auxiliar a cada um como desejam e não como talvez queiramos.

4 Não ignoro os problemas da fixação de Sarita no cotidiano, mas seja qual for a decisão da Justiça para os menores continue sendo para ela a avó e mãe com a qual ela contará sempre. Entendo que desvinculações em família doem à maneira de feridas traçadas no coração pelas lâminas dos acontecimentos. Ainda assim, estejamos em prece, auxiliando a todos os que recorram a nós. Sinto não poder falar claramente sobre as questões enoveladas que você está encontrando, mas Deus nos abençoará e saberemos apurar a linha no momento certo para continuarmos em paz.

5 Estou muito grata a você e ao nosso Oscar pelas medidas que aceitaram para conservar de pé a nossa casa repleta de lembranças que nos fazem rir e chorar ao mesmo tempo! Você nada perderá amparando os filhos e os familiares nossos que necessitem de seu coração e de suas mãos.

6 Tanto a dizer, mas o tempo nos obriga a parar o lápis e a prosseguir em nossas preces. Não se sinta abatida e nem triste por nada, e sigamos com Jesus para o desempenho de nossos deveres. Explique à nossa Luizinha que ela e eu conversamos através do espelho e convença-a de que ela continua em meu caminho e em meus pensamentos de todos os dias. 7 Ao nosso Sérgio ofereço aquele quadro com a inscrição “Sorria, por favor”, e ao Zé Geraldo e ao Caio desejo toda a felicidade que eles merecem. Estaremos pedindo a Jesus empregar o nosso caro Sérgio, para que ele se fortaleça e se faça otimista, e na certeza de que Jesus possui os melhores amigos da Terra creio que ele nos aprovará a petição.

8 Aqui vou parando… Você compreende. Nesta hora em que nós duas conversamos na condição de mãe para outra mãe, colocamos o dedo indicador sobre os lábios e lemos o cartaz caseiro: “É proibido conversar”. Este é melhor do que aquele outro que diz assim: “Não me fales mal de ninguém”, porque em si a frase já é uma reprovação à pessoa que se dispõe a dialogar.

9 Com o meu abraço a você e ao Oscar, com meu carinho de mãe a todos os nossos, sou como sempre a sua mãe do coração, sempre a sua,


Luiza Xavier



[1] [Ver nota nº 1 da mensagem de José Xavier.]


Texto extraído da 1ª edição desse livro.

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