O Caminho Escritura do Espiritismo Cristão
Doutrina espírita - 2ª parte.

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Corações renovados — Familiares diversos


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Família Freire Valença

Denize, moça dinâmica, nas suas 23 primaveras, vividas com extrema vontade, em sua vida física, esforçava-se para alcançar os objetivos sonhados.

Estudiosa, procurava encontrar nas páginas do saber humano o entendimento para a concretização dos seus ideais.

Filha única, seus pais viviam os sonhos das realizações bem sucedidas, nessa flor de moça que florescia em suas vidas. A família estava feliz.

Denize cursou a Escola Primária no Educandário Sagrada Família, em seguida, o Colégio Companhia Santa Tereza, concluindo o 2.º grau e, finalmente, fez os vestibulares para Psicologia na Pontifícia Universidade Católica e Enfermagem na Faculdade Gama Filho. Optou pela PUC.

Estava ótimo. O caminho se iniciava.

Após formada abriu consultório em Ipanema para o exercício da Psicologia, antevendo o futuro promissor.

Se as criaturas de Deus se esforçam para realizar as obrigações assumidas na Terra, os compromissos espirituais também são cobrados pela lei de causa e efeito. O balanço divino precisa estar em ordem, as dívidas pagas, conquanto acharmos não merecer.

Denize contabilizou o seu débito. Em 23-05-1985, em sua casa, estudava em seu quarto. Não pretendia sair. Mostrara essa indisposição momentos antes à sua mãe.

Cerca das 21:00 horas o telefone rompe o silêncio. Denize é chamada e convidada a um passeio por pessoa de seu convívio. Relutou, ante a insistência da amiga, cedeu ao seu desejo. Apanhou as chaves do seu carro, sua bolsa e dizia voltar logo.

Em companhia de Rosana, na confluência das Avenidas Epitácio Pessoa com Garcia D’Ávila, seu carro é colhido lateralmente por outro veículo em alta velocidade, causando-lhe ferimentos que a levaram ao Hospital Miguel Couto e a volta à Vida Espiritual.

A família, de formação católica, nunca se preocupara com a Doutrina Espírita, não por desinteresse, mas porque se achava satisfeita com a fé que professava.

A partida de Denize desestabilizou esta fé, cujas consolações não lhes fortaleciam o ânimo. O casal estava desesperado.

A mão amiga cristã se fez presente. O livro Amor sem Adeus, psicografado por Chico Xavier, chega-lhes às mãos por cortesia de um sobrinho com bonita dedicatória. Abriam-se as portas para o refazimento e a compreensão.

Na dedicatória, ele explicava que aquele resgate fora escolhido. Surgiu, então, a vontade de conhecer Chico Xavier.

Procuramos ouvir o casal Valença sobre a experiência vivida.

“Embora não professássemos a Doutrina Espírita, as mensagens de nossa Denize nos despertaram. Foi a luz que veio clarear os nossos caminhos para a Doutrina Consoladora. A fé de nós se apossou, trazendo-nos nova motivação para a vida e encaminhou-nos para a prática do bem, com nova finalidade existencial.

Foi o chamamento e, pouco a pouco, em meio a nossa dor e ao desencanto que nos absorvia, fomos sendo envolvidos por novo alento e compreendemos que, muito além da vã filosofia humana, existia algo muito superior a que tínhamos de nos render.

Esta visão nos levou a novos caminhos e entendemos que todos viemos ao Mundo para cumprir nossas tarefas.

A dor que sofremos é a ferida que de quando em quando sangra. Não fosse Chico Xavier e as sendas que nos foram abertas, estaríamos amargando a insuportável dor e pensando que a fatalidade nos escolheu para vítimas.

Graças a ele, a certeza que hoje nos domina é a de que nada acontece por acaso, e nossa Denize vive trabalhando e nos orientando, em benefício do próximo.

A nossa vida sem Chico Xavier seria muito difícil de ser levada, sem as lições transmitidas. A sua existência inteiramente voltada para o bem, é a seiva alimentadora que nos aproxima da Doutrina; homem humilde, de aparência frágil, emana tal grandeza que a tudo sobrepuja e o reveste de imensa luz que se irradia para todos os que se aproximam de sua pessoa.

Confiemos em Deus.”


ESCLARECIMENTOS NECESSÁRIOS DE PESSOAS OU FATOS CONSTANTES NA MENSAGEM ESPIRITUAL


DENIZE FREIRE VALENÇA: Nascimento: 19 de janeiro de 1962 — Desencarnação: 24 de maio de 1985 — Idade: 23 anos.

PAIS: Djayr Gonçalves Valença e Doralice Freire Valença — Rua Nascimento Silva, 7. Apto 704, Ipanema. Rio de Janeiro, RJ.

AVÓS: Emília da Encarnação, bisavó materna, desconhecida de Denize, desencarnada 10-12-1947.

Laurentina Medeiros Valença, avó paterna. Laura como era chamada na intimidade, conhecida só da família. Desencarnada 12-09-1967.

Antenor Francisco Freire, avô materno, desencarnado em 02-05-1960, Rio de Janeiro.

João Gonçalves Valença, avô paterno, desencarnado em 09-03-1936, Rio de Janeiro.


FATO IMPORTANTE: Denize quando ingressou na PUC para fazer Psicologia, também, ingressou em Enfermagem na Faculdade Gama Filho, o qual fez um período, não sendo possível conciliar as duas e devido a distância uma da outra, resolveu optar por Psicologia. Fato este desconhecido pelo médium Chico Xavier. Só os familiares mais íntimos é que tiveram conhecimento.

Outro fato a destacar, na primeira mensagem, quando Denize diz: “O choque foi muito grande do veículo sobre o nosso carro na agressão lateral”, o Chico Xavier, também, não sabia nada sobre a colisão, nada lhe fora dito.


Obs.: Antecipamos os nomes de pessoas ou fatos, para melhor identificação na leitura da mensagem espiritual.


I


DENIZE FREIRE VALENÇA


1 Querida mãezinha Doralice e querido papai Djayr, peço-lhes que me abençoem.

2 O choque foi muito grande do veículo sobre o nosso carro na agressão lateral de que fomos vítimas e ainda estou realmente incapaz de coordenar os meus pensamentos para escrever-lhes.

3 Entretanto, creiam que estou muito bem amparada pela vovó Emília, e sei que as minhas impressões remanescentes do desmaio inesperado estão passando para que a normalidade me retome.

4 Agradeço as orações e as ideias de amor que me enviam e que retribuo com minhas grandes saudades. Não posso escrever mais. Estou com a vovó Emília que me trouxe até aqui tão só para estas notícias.

5 Recebam, os pais queridos, a alma agradecida e saudosa da filha que tanto lhes deve do amor e que nunca os esquecerá.


Denize


II


1 Querido papai Djayr e querida mãezinha Doralice, Deus nos abençoe.

2 Vocês dois desejam tanto as minhas notícias e o meu desejo é tamanho, no sentido de abraçá-los, que não resisti e solicitei os bons ofícios da vovó Emília para vir encontrá-los. Felizmente, vou indo bem.

3 As preces e vibrações do meu avô Antenor, de minha avó Laura e meu avô João me restauraram a vontade de trabalhar e continuar em grupo de serviço, a fim de não ser um peso morto na proteção de nossos muitos amigos.

4 Fiz um curso de enfermagem aqui na Vida Espiritual e, presentemente, ao mesmo tempo em que os vejo tranquilos em Ipanema, posso colaborar junto de irmãs queridas em auxílio aos doentes de vários hospitais, cumprindo a alegria de conhecer as melhoras de muita gente, embora ainda me entristeça à frente dos acidentados que me lembram a própria desencarnação, em tão difíceis circunstâncias.

5 Papai Djayr e mamãe Dora, sou muito grata aos dois por me lembrarem com tanto carinho. Não chorem a minha perda, apesar de nossas saudades, porque, atualmente, acompanho tanta gente em provação que julgo melhor ter vindo para cá mais cedo, sem esperar que as provas, então, do mundo me impusessem um comportamento inadequado, com maiores aflições para nós todos.

6 Não cheguei a sofrer tentações de natureza inferior, porque o estudo e o trabalho me refundiram as energias, mas sinto o pesar de reconhecer várias amigas minhas desviadas do melhor destino que poderiam usufruir, caso se mantivessem nas disciplinas necessárias da vida, plenamente infelizes.

7 Com estas palavras não me faço de criatura superior e, sim, me confesso agraciada com a desencarnação julgada prematura, porque, através do acidente de que fui vítima, entrei no Mundo Espiritual como quem se matricula numa escola de renovação e aperfeiçoamento.

8 Escolhi a enfermagem, porque os irmãos doentes são meus professores de paciência e coragem. Junto deles, aprendo lições que não me seria possível receber na posição maior lapidada que os pais queridos me deram com tanto amor.

9 Hoje sei quanto dói a moléstia de um filhinho que desfalece, aos poucos, sem esperança das mães, sem as providências do mundo e sei orar rogando a DEUS fortaleza e conformação para a mulher desvalida que, em vão, pede melhoras para o esposo internado em sanatórios de alienados mentais.

10 Dou aos pais queridos estas notícias consciente de que estarão satisfeitos com a filha que não se acostumaria a permanecer na inércia, sob a proteção de tantos amigos e parentes devotados que convivem na VIDA MAIOR.

11 Mãezinha Doralice, papai Djayr, quando puderem, visitem as enfermarias dos enfermos indigentes dos hospitais. É possível que me encontrem lá, junto a um coração materno que morre no esquecimento dos filhos e netos a que deu o próprio coração.

12 Sempre que souberem que surja em nosso bairro alguém doente e sem recurso, não pensem na presença de delinquentes possíveis. Façam o auxílio que puderem. Seguiremos juntos, porque depois do apoio de nossa casa, seria eu a me dirigir com ele para algum pronto-socorro, onde talvez chegue tarde para fugir da morte.

13 Pais queridos, muito obrigada pelo amor com que me cultivam a memória e muito obrigada por serem gente de DEUS, de coração aberto à beneficência.

14 Aos estimados vizinhos e amigos, as minhas saudações afetuosas e, reunindo os dois em meu imenso carinho e em minhas grandes saudades, beija-lhes as mãos generosas, a filha reconhecida.


Denize


Rubens S. Germinhasi


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