O Caminho Escritura do Espiritismo Cristão
Doutrina espírita - 2ª parte.

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Colheita do bem — Mensagens familiares do Prof. Arthur Joviano (Neio Lúcio) e outros


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A leitura de “Jesus no lar”

16/08/1950


1 Meus caros filhos, Deus abençoe a vocês todos, conferindo-lhes muita saúde e paz, acrescentando-lhes os dons da alegria e do bom-ânimo em todas as fases da luta santificante.

2 Vocês ventilaram um assunto que considero da maior importância, mesmo porque estou agora ligado a nada menos de cem agrupamentos em que a leitura de “Jesus no lar” me busca a presença. A expansão do serviço me enche de alegria, porque a Bondade Divina jamais nos deixa a sós. Na passada semana, tive a felicidade de ingressar no “grupo número cem”, em que as nossas páginas singelas são comentadas. 3 É provável que muito em breve vocês lerão trabalhos meus com o selo de “Neio Lúcio”, em outros lugares. Não se espantem! Sou eu mesmo, tentando imprimir novas modalidades à minha tarefa no trabalho e na confraternização. Procurem no fundo, não na superfície. Se nos devotarmos ao “jardim de infância”, não é praticável o milagre de nos fazermos entendidos de imediato pela mente duma criança. Ditaremos ou escreveremos, mas a instrumentalidade vive agora à frente de mim. 4 A criação de qualquer atividade prolonga o nosso espírito, de vez que a nossa influência é, invariavelmente, “nós mesmos”. Sinto-me, pois, feliz e vou aumentando obrigações que me falam à alma com expressiva doçura. Trabalhar é enriquecer-se e servir é aperfeiçoar-se. No esforço novo amealho experiência e sendo útil melhoro a mim próprio.

5 Reporto-me ao meu caso não só para lhes dar a conhecer a minha felicidade nova, mas também para ilustrar a posição do Rômulo no serviço assistencial que ele abraçou. Em verdade, meu filho, você ainda não pode identificar a presença de seus auxiliares, mas em cada cinquenta enfermos você recebe um cooperador, salientando-se que na medida de seu progresso, na ação, muitos beneficiários de seu concurso, em transitando para “este lado”, se converterão em seus auxiliares e colaboradores. 6 Os que contribuem com você, naturalmente não vivem de modo exclusivo ao seu lado. Tanto quanto possível visitam na cota possível de comparecimento as suas preces das terças-feiras, voltando a vê-lo, quando necessário, nas sessões públicas de segundas e sextas, cada semana. Isso porque são detentores da posição de enfermeiros volantes, se posso assim me definir, porquanto no plantão contínuo da assistência individual perseveram os amigos mais intimamente associados por afinidades ou por obrigações com os enfermos.

7 Quando o doente vem procurar o nosso concurso, não age casualmente. Já se encontra num processo de doce constrangimento, de acordo com os méritos ou necessidades que lhe caracterizam a situação. Comumente, chega acompanhado por amigos que se incumbem de todos os serviços da continuidade. 8 Se o paciente é detentor de boa índole e abre o coração e a mente aos benefícios, as suas melhoras ou cura estão garantidas em qualquer enfermidade, na proporção de cinquenta por cem. Mas se a intolerância, a indiferença ou a teimosia lhes marcam a personalidade, qualquer vantagem, a favor dos interessados, é de muito difícil concretização. 9 Você age à maneira de um “operador psíquico”. Diversos benfeitores lhe utilizam a boa vontade e penetram fundo nas almas enfermiças ou obsecadas que nos visitam. A sua palestra é uma espécie de “incisão mental”, e o conteúdo de sua palavra é semelhante ao “líquido curativo” distribuído em doses justas no mundo íntimo do beneficiário. 10 Nas reações do indivíduo, estudamos as possibilidades de cura ou negação, mas de qualquer modo há sempre bons amigos seguindo de perto um doente, qualquer que seja, que já possa buscar o socorro em tarefas análogas à nossa. Desse modo, você está muito bem inspirado quando se preocupa mais detidamente com os “novos” em cada semana. Os anteriores estão funcionando sob os processos naturais de socorro do nosso plano. 11 Creia que há ordem e harmonia em todos os fenômenos. Não devo minudenciar fatores, nem apelar para estatísticas do “lado de Cá”, porque seria perturbar a espontaneidade da devoção com que se empenha no trabalho, mas posso adiantar a você que quando a sua realização ultrapassou o número de mil doentes a sua resolução de servir nesse setor foi proclamada e reconhecida por autoridades justas e somente dessa fase para cá o seu trabalho mereceu maior atenção e maiores suprimentos. 12 Até então o serviço era uma ação experimental, porque você poderia não desejar fixar-se nas responsabilidades dele. Por essa altura, a sua tarefa foi ligada a uma instituição assistencial, de onde procedem, quase na totalidade, os companheiros que colaboram conosco. Segundo vemos, tudo está respondido do Alto, porque programado com firmeza na esfera de vocês. O trabalho é sempre improvisação e basta nos dedicarmos a qualquer faixa de ação no bem que nos pareça mínima ou inexpressiva e recursos mil nos surpreendem para que prossigamos na construção do magnífico edifício de nossa espiritualidade.

13 Temos lucrado muitíssimo com a sua firmeza no ministério do socorro e da cura, porque o seu campo de simpatia-gratidão está aumentando. Isso significa acréscimo de poder, porque de fios tênues d’água se forma o grande rio.

14 Outra imagem não tenho mais acertada para pintar o quadro de nosso esforço no presente. A sua saúde, os seus problemas, os seus dons — tudo vem conquistando expressões novas de luz, embelezamento, paz e bom-ânimo. Continuemos avançando, pois o bem é uma espécie de sol que aumenta cada vez mais na proporção que nos encaminhamos para ele, absorvendo-nos depois em sua claridade indefinível e sublime.

15 Faça, meu filho, o possível por atender ao justo desejo de Maria, e nosso também, no sentido de mergulhar-se nuns dois banhos de mar. Encare a visita a Botafogo por teste valioso de calma. E repare que o seu esforço nesse campo de serenidade tem sido precioso. As suas aquisições estão subindo agradavelmente. Penso que você não perderia em surpreender os assuntos no berço de nascimento, tratando-os com o remédio da boa compreensão e do bom esquecimento, de vez que, mais dia, menos dia, os assuntos nos procuram onde devemos guardar a paz necessária ao desempenho dos melhores deveres. A minha sugestão não é imprópria. Pode crer. Peço a Jesus para que vocês desfrutem uma viagem excelente, cheia de instrução e novidade com repouso construtivo pela mudança de cenário para as mesmas obrigações que nos acompanham sempre.

16 Muito boa noite para todos, esperando que a Providência Divina nos ampare, em todos os recantos da luta, o nosso desejo nobre de melhorar e progredir.

Reunindo-os num grande abraço, sou o papai muito amigo de todos os dias,


A. Joviano


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