O Caminho Escritura do Espiritismo Cristão
Doutrina espírita - 2ª parte.

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Apostilas da Vida — André Luiz


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História de uma sessão

1 Organizada a sessão de estudo evangélico, os Espíritos Benfeitores, através das doces intimações da prece, foram convidados à execução de regular empreitada.

  520 orientações a companheiros doentes com especificações e conselhos técnicos.

  50 passes magnéticos, em benefício de enfermos encarnados.

  200 intervenções de socorro a entidades sofredoras, ausentes do equipamento físico.

  35 visitas de assistência a lares distantes.

  150 notas socorristas para desligamento de obsessores e inimigos inconscientes.


2 E deviam ainda eliminar dois suicídios potenciais, evitar um homicídio provável, afastar as possibilidades de dois divórcios infelizes e ajustar mais de cem entendimentos, em favor da fraternidade, da harmonia e da reencarnação.

3 Em troca, os componentes da assembleia deviam dar de si mesmos um pouco de alegria, de fé viva, de serenidade e de paciência, com algumas palavras de carinho e amizade para sustentarem o clima vibratório, necessário à realização das tarefas indicadas aos colaboradores invisíveis que começaram a atuar.

4 Iniciada a empresa, porém, depois de alguns raros amigos haverem atendido heroicamente aos encargos que lhes competiam, eis que a reunião se veste de sombras.

5 O nevoeiro da ociosidade mental invadiu quase todos os departamentos da casa.

6 Dois prestimosos cooperadores passaram a visitar o pensamento dos companheiros encarnados, rogando concurso urgente, mas o silêncio e a inércia continuaram operando.

7 Consultados em espírito, com respeito à contribuição de que se faziam devedores, cada qual respondia a seu modo, falando mentalmente.

8 Um cavalheiro deu-se pressa em esclarecer que era ignorante e imprestável.

9 Um jovem tribuno do Evangelho afirmou-se doente e incapaz.

10 Um companheiro de serviço alegou que se sentia envergonhado e inapto para qualquer comentário construtivo.

11 Uma senhora perguntou se os Espíritos Amigos não poderiam solucionar os compromissos da sessão em cinco minutos.

12 Um lidador juvenil explicou que se sentia diminuído à frente dos mentores e experimentava o receio de falar sem brilho, depois deles.

13 Um antigo beneficiário solicitou a concessão de maca em que pudesse confiar-se ao repouso.

14 Um ouvinte preocupado adiantou-se consultando o relógio e bocejou entediado.

15 Uma robusta irmã pediu fosse colocada uma cadeira preguiçosa em lugar do banco áspero que a servia.

16 E quase todos, incluindo jovens e adultos letrados e indoutos, necessitados ou curiosos, descansaram na improdutividade, acreditando que é sempre melhor observar sem responsabilidade, à espera do fim.

17 E a sessão, que deveria ser manancial cantante de bênçãos com alegria e paz, união e entendimento de corações fraternos e calorosos na fé, prosseguiu até à fase final, qual se os companheiros estivessem situados num velório de grande estilo, cercados pelo crepe arroxeado da tristeza e do luto, queimando o incenso precioso do tempo em câmara funerária.


18 Que entre nós, meus amigos, assim não aconteça.

19 Espiritismo é trabalho e confraternização.

20 Evangelho é amor e contentamento.

21 Sempre que desejardes a vitória do bem, auxiliai o bem e plantai-o.

22 Trazei até nós o concurso da boa vontade, que é a alavanca de todos os prodígios do progresso, enriquecendo-nos o santuário comum com os dons da saúde e da esperança, do otimismo e da fé.

23 Permutemos experiências e corações.

24 Amparemo-nos uns aos outros.

25 A nossa Doutrina Consoladora é Sol e não devemos esquecer que a vida é ação permanente, porque a inércia, em toda parte, é sempre a antecâmara da estagnação ou da morte.


André Luiz


Texto extraído da 1ª edição desse livro.

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