Bíblia do Caminho Testamento Xavieriano

Antologia dos Imortais — Autores diversos — 1ª Parte


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Arlindo Costa


APELO AO VIAJOR

  1 Viajante do mundo, para e pensa n

  Assinalando os dons que Deus te empresta:

  A Natureza a derramar-se em festa,

  A visão, a beleza, o sonho, a crença… 4 n


  2 Ergue-te ao sol do amor, caminha e incensa

  De Paz constante e de alegria honesta

  O trecho de jornada que te resta,

  Procurando servir sem recompensa.


  3 Segue fazendo o bem por onde fores,

  Esquecendo nos trilhos redentores

  Charcos e penas, sombras e penares… 11


  4 Porque, um dia, ante o tempo que te espreita,

  Receberás os frutos da colheita,

  Na espécie de semente que plantares.


ARLINDO COSTA e Silva — Residindo em Uberaba, Minas, de 1901 a 1912, fez Arlindo Costa o Curso Normal e colaborou em diversos jornais, dentre outros, a Gazeta de Uberaba, Lavoura e Comércio e Brasil Central. Foi professor do Grupo Escolar Uberabense e fundador do jornal Lírios do Vale, título de que se serviu para o seu primeiro livro, editado em 1907. Representou, em 1911, o professorado do Triângulo Mineiro no Congresso de Professores levado a efeito em Belo Horizonte. Em Anápolis, onde passou a residir desde Junho de 1912, foi coletor estadual e presidente do Conselho Municipal. Criou o primeiro Grupo Escolar da cidade, e contribuiu para a fundação da Escola Normal. Nestas instituições exerceu o magistério. Muito lutou pela emancipação política de Anápolis. Era deputado estadual quando desencarnou (Piracanjuba, antiga Pouso Alto, Estado de Goiás, 28 de Setembro de 1880 — Anápolis, Estado de Goiás, 4 de Janeiro de 1928.)

BIBLIOGRAFIA: Lírios do Vale. Deixou um livro inédito: Poemas da Saudade.



[1] Leia-se Vi-a-jan-te, com diérese.

[2] Versos 4 e 11. Observem-se os exemplos de enumeração. — Enumeração: “Recurso estilístico, denominado enumeração caótica por Leo Spitzer, e consistente em uma apresentação, quase catalogal, de ideias ou elementos que se sucedem com um máximo de rapidez e fluência, sem prejuízo da qualidade do texto, …” (Geir Campos, Op. cit.)


(Psicografia de Francisco C. Xavier)


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