Caminheiro de rudes pés sangrentos,
Guarda no peito atribulado e aflito
As visões que percebes no Infinito,
Alvoradas, estrelas, firmamentos…
Segue calando os trágicos lamentos
Do coração chagado, ermo e proscrito,
Mas ergue a luz por templo de teu rito
Entre os muros terrestres, desatentos!
Sem dourado bastão para teus sonhos,
Transpõe, gemendo, os vórtices medonhos
Das sendas abismais para o futuro.
E deixarás no pranto de teus rastros
O caminho celeste para os astros
E a vitória divina do amor puro.
Cruz e Souza |