Se o presente é rude e amargo,
Com nublados horizontes,
Coração, não te amedrontes
[Nas sombras de algum lugar…]
Sigamos buscando a frente,
Na direção do porvir,
A paz reclama servir,
Progresso pede marchar.
Olha o quadro que te cerca,
Do átomo aos oceanos,
Do verme aos seres humanos,
A confiança é valor,
O Sol se apoia no espaço,
Criando jardins fecundos
Que o tempo transforma em mundos
De evolução e de amor.
A semente entregue ao solo
Germina e cresce sem medo,
Faz-se depois arvoredo,
Depois é verde mansão,
Suporta vento e aguaceiro
Cada flor que desabrocha,
Confia-se o vale à rocha,
O rio tem fé no chão.
Assim, também, os espinhos
Da provação que te alcança,
São faixas de segurança
De invisíveis cireneus.
Cumpre o dever que te cabe,
Trabalha, serve e porfia,
Tens a fé por luz e guia
Da terra aos braços de Deus.
Maria Dolores |