Rumo certo — Emmanuel


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Tentação e virtude n

(Em torno da virtude)
( † )

Quando a criatura retém enorme fortuna, podendo claramente desmandar-se [na prodigalidade ou] na avareza, aplicando-se tão só ao gozo pessoal, e procura utilizá-la no progresso e no bem-estar dos semelhantes…

Quando a pessoa dispõe de autoridade [com recursos] para manejar, [a própria] em seu exclusivo proveito, a influência de que desfruta, mas, ao invés disso, busca empregá-la no auxílio aos outros…

Quando um homem ofendido se vê com meios suficientes para vingar-se, pela forma que julgue mais razoável, e perdoa de coração a ofensa recebida, reconhecendo-se igualmente passível de errar…

Quando alguém já fez por outrem todos os benefícios que se lhe faziam possíveis, recolhendo invariavelmente a incompreensão por resposta, e prossegue amparando esse alguém, na medida de seus recursos, sem exigência e sem queixa…


Em verdade, semelhantes companheiros terão vencido as maiores tentações que lhes assediavam a vida.


Todos nós — Espíritos ainda em evolução e resgate [nas trilhas do Universo] — somos experimentados nos temas do caminho terrestre, em cuja vivência temos caído de outras vezes…

Isso acontece, porque, em muitas circunstâncias, as nossas provações [na escola terrestre assumem na escola humana a forma de testes indispensáveis.

Há quem renasça ostentando atrações físicas para superar a inclinação para o desregramento; portando um cérebro privilegiado para vencer a vaidade da inteligência; retendo múltiplas titulações acadêmicas para subjugar a propensão para o abuso; [ou] exercendo encargos difíceis, em causas nobres da Humanidade, para extinguir o impulso de traição ou deslealdade.


Cada um de nós, onde esteja, é examinado pela Vida Superior, nas tendências inferiores nas quais já faliu em existências passadas, e apenas conseguiremos a vitória sobre nós mesmos, quando repetirmos as operações do bem sobre o mal que nos procure, tantas vezes quantas sejam necessárias, mesmo além do débito pago ou da mancha extinta.

Fácil, por isso, reconhecer que sem o toque da tentação a virtude realmente não aparece, e assim será sempre, de vez que toda inocência será levada, hoje, amanhã ou depois, ao cadinho da luta, a fim de que não permaneça na condição de flor improdutiva no vaso lindo, mas inútil, da ingenuidade.


Emmanuel



[1] O título entre parênteses é o mesmo da mensagem original, seu conteúdo diferindo bastante nas palavras marcadas e [entre colchetes], foi publicada em 1969 pela EPC, e é a 59ª lição do livro “Alma e coração.” — Esse capítulo foi restaurado: Texto restaurado.


Texto extraído da 1ª edição desse livro.

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