O maior de todos os conquistadores, na face da Terra, conhecia, de antemão, as dificuldades do campo em que lhe cabia operar.
Estava certo de que entre as criaturas humanas não encontraria lugar para nascer, à vista do egoísmo que lhes trancava os corações. No entanto, buscou-as, espontâneo, asilando-se no casebre dos animais.
Sabia que os doutores da Lei ouvi-lo-iam indiferentes, [com respeito] aos ensinamentos da vida eterna de que se fazia portador. Contudo, entregou-lhes, confiante, a Divina Palavra.
Não desconhecia que contava, simplesmente, com homens frágeis e iletrados para a divulgação dos princípios redentores que lhe vibravam na plataforma sublime, e abraçou-os, tais quais eram.
Reconhecia que as tribunas da glória cultural de seu tempo se lhe mantinham cerradas, mas transmitiu as boas novas do Reino da Luz à multidão de necessitados, inscrevendo-as na alma do povo.
Não ignorava que o mal lhe agredia as mãos generosas pelo bem que espalhava. Entretanto, não deixou de suportar a ingratidão e a crueldade com brandura e entendimento.
Permanecia convicto de que as noções de verdade e amor que veiculava levantariam contra ele as matilhas da perseguição e do ódio. Todavia, não desertou do apostolado, aceitando, sem queixa, o suplício da cruz com que lhe sufocavam a voz.
É por isso que o Natal não é apenas a promessa da fraternidade e da paz que se renova alegremente entre os homens mas, acima de tudo, é a reiterada mensagem do Cristo que nos induz a servir sempre, compreendendo que o mundo pode mostrar deficiências e imperfeições, trevas e chagas, [mas] que é nosso dever amá-lo e auxiliá-lo mesmo assim.
Emmanuel
[1] O título entre parênteses é o mesmo da mensagem original e seu conteúdo, diferindo nas palavras marcadas e [entre colchetes], foi publicado em 1966 pela FEB e é a 7ª lição do livro “Antologia mediúnica do Natal.” — Esse capítulo foi restaurado: Texto restaurado.