Mocidade é força.
Mas, se a força não estiver sob a direção da justiça, pode converter-se em caminho para a loucura.
Mocidade é poder.
Entretanto, se o poder não aceita a orientação do bem, depressa se converte em tirania do mal.
Mocidade é liberdade.
Todavia, se a liberdade foge à disciplina, é invariavelmente a descida para deplorável escravidão.
Mocidade é chama.
No entanto, se a chama não sofre o controle do proveito justo, em breve tempo transforma-se em incêndio devastador.
Mocidade é carinho.
Mas, se o carinho não possui consciência de responsabilidade, pode ser veneno mortal ao coração.
Mocidade é beleza de forma.
Contudo, se a beleza da forma não se enriquece com o aprimoramento interior, não passa da máscara perecível.
Mocidade é amor.
Entretanto, se o amor não se equilibra na sublimação da alma, cedo se transforma em paixão infeliz.
Mocidade é primavera de sonhos.
Todavia, se a primavera de sonhos não se enobrece no trabalho digno, todo o nosso idealismo será simplesmente um campo de flores mortas.
Se te encontras na hora radiante da juventude, não te esqueças de que o tempo é o nosso julgador implacável.
A plantação de agora será colheita depois. Nossas esperanças, dia a dia, se materializam nas obras a que nos destinamos. A Lei será sempre Lei.
Povoam-se e despovoam-se berços e túmulos para que o Espírito, divino caminheiro, através da mocidade e da velhice do corpo terrestre, desenvolva, em si as asas que o transportarão aos cimos da Vida Eterna.
Assim, se realmente procuras a felicidade incorruptível, confia teu coração e tua mente ao Cristo Renovador a fim de que, jovem de hoje, te faças amanhã o caráter sem jaça que lhe refletirá no mundo a Divina Vontade.
Emmanuel
[1] O título entre parênteses é o mesmo da mensagem original e seu conteúdo, diferindo nas palavras marcadas, foi publicado em 1973 pela Editora O Clarim, e é a 8ª lição do livro “Escrínio de Luz.” — Esse capítulo foi restaurado: Texto restaurado.