Por humilhar-se, no seio da terra, a semente aprende a morrer para renovar-se, enriquecendo o celeiro.
Por rebaixar-se de nível, a fim de auxiliar, o grande rio faz-se pai das fontes e dos córregos, suportando todos os detritos e garantindo a economia dos continentes, a caminho do mar.
Por se ocultarem no subsolo, as raízes sustentam as árvores que são a fartura do mundo.
Por sofrer resignado, o óleo escuro converte-se em luz no pavio incandescente.
Por obedecer ao pensamento do oleiro, ergue-se a argila em vaso precioso.
Por vergar-se ante a ventania, a erva tenra consegue sobreviver à passagem da tormenta.
Por esconder-se solitária, sob o chão, a rocha sustenta a beleza do vale.
Humilha-te, engrandecendo a vida que te cerca, e a vida te exaltará.
Por isso mesmo, o Mestre Maior de Todos preferiu sofrer e dobrar-se na cruz, porque, com a grandeza imortal do sacrifício, construiu o caminho para a redenção de todas as criaturas.
Emmanuel
[1] Essa mensagem, diferindo nas palavras marcadas, foi originalmente publicada em 1973 pela Editora O Clarim, e é a 24ª lição do livro Escrínio de Luz. — Esse capítulo foi restaurado: Texto restaurado.