Não te esqueças do tempo e auxilia agora.
Lembremo-nos de quantos carreiam para o túmulo a dor da frustração, diante do bem que não conseguiram realizar.
Vemo-los todos os dias, além do sepulcro, à maneira de loucos, suplicando debalde o retrocesso das horas…
Aflitos e desvairados, em muitas ocasiões, recolhem dos próprios lares a herança do egoísmo e das trevas a se lhes derramarem no próprio seio, em forma de maldição na boca dos filhos insatisfeitos ou dos parentes incompreensivos que lhes criticam as atitudes.
Contemplam ensandecidos de angústia as propriedades que se lhes afiguravam domínio próprio e exclusivo, rolando nas mãos alheias, muitas vezes distantes das nobres finalidades que lhes deram origem.
Buscam inutilmente o livro de cheques ou o cofre amoedado de que não mais se utilizarão, vomitando pragas e injúrias.
E, comumente, apenas recebem espanto e azedume dos laços afetivos a que desejariam confiar as próprias mágoas, através de petitórios inquietantes de socorro e de paz.
Pensa nessas multidões de companheiros nossos que lamentam na sombra os delitos da própria omissão [no bem] e não olvides semear o amor e a luz, enquanto a bênção do corpo físico te outorga a oportunidade de fazer e o direito de dar.
Não acumules talentos desnecessários, embora seja nosso dever caminhar com a previdência em todos os passos do roteiro que a Sabedoria Divina nos assinala.
Quanto se te faça possível, distribui com os outros as vantagens da própria senda, espalhando pão e consolo, agasalho e alegria, reconforto e esperança, pois, em verdade, diante da vida eterna, em que todos os patrimônios pertencem a Deus, somente possuímos aquilo que demos, de vez que o reconhecimento e a simpatia são valores que traças e vermes não consomem.
Enquanto é hoje na Terra para o teu coração, auxilia e ampara sempre [aos semelhantes], porque amanhã chegará inevitavelmente o teu dia de tudo restituir a Quem tudo te emprestou e te deu.
Emmanuel
[1] Essa mensagem, diferindo nas palavras marcadas e [entre colchetes], foi publicada originalmente em 1980 pela editora CEU e é a 37ª lição do livro “Pronto Socorro.” — Esse capítulo foi restaurado: Texto restaurado.