Cada vez que nos reportamos aos serviços da cura, é justo pensar nos enfermos, que transcendem o quadro da diagnose comum.
Enxameiam, aflitos, por toda parte, aguardando medicação.
Há os que cambaleiam de fome, a esmolarem doses de alimentação adequada.
Há os que tremem desnudos, requisitando a vestimenta em roupa conveniente.
Há os que caem desalentados, a esperarem pela injeção de bom ânimo.
Há os que se arrojaram nos tormentos da culpa, rogando tranquilizantes do esquecimento.
Há os que se conturbam nas trevas da obsessão a pedirem palavras de luz por drágeas de amor.
Há os que choram de saudade nos aposentos do coração, suplicando a bênção do reconforto.
Há os que foram mentalmente mutilados por desenganos terríveis, a suspirarem por recursos de apoio.
E há, ainda, aqueles outros que se envenenaram de egoísmo e frieza, desespero e ignorância, exigindo a terapêutica incessante da desculpa incondicional.
Auxilia, dessa forma, os doentes [do corpo], mas não desprezes os doentes da alma, que caminham na Terra aparentemente robustos, carregando enfermidades imanifestas que lhes consomem o pensamento e desfiguram a vida.
Todos podemos ser instrumentos do bem, uns para com os outros.
Não esperes que o companheiro se acame prostrado ou febril para estender-lhe esperança e remédio.
Auxilia-o, hoje mesmo, sem humilhar ou ferir, de vez que a verdadeira caridade, tanto quanto possível é tratamento indolor da necessidade humana.
Os emissários do Cristo curam os nossos males em divino silêncio. Diante dos outros, procedamos nós igualmente assim.
Emmanuel
[1] Essa mensagem, diferindo nas palavras marcadas e [entre colchetes], foi publicada originalmente em 1963 pela editora CEC e é a 1ª lição do livro: “Ideal Espírita.” — Esse capítulo foi restaurado: Texto restaurado.