Reparemos o Evangelho nas linhas da Natureza.
Quanto menos perseverança na enxada, mais ferrugem a empecer-lhe o serviço.
Quanto mais suor no arado, mais bênçãos na sementeira.
Quanto menos repouso à fonte, mais pureza à corrente.
Quanto mais descanso ao poço, mais tristeza
e doença às águas estanques.
Quanto menos exigência
às plantas do pomar, maior se
lhes revela a tortura constante, sob a erva daninha.
Quanto mais poda e adubo
nas árvores amigas, mais fecunda
e mais bela se lhes mostra a colheita.
Assim também na vida.
Quanto menos esforço, mais intensa a preguiça.
Quanto mais boa vontade,
mais crédito na ação.
Quanto menos fé no espírito,
mais névoa de incerteza.
Quanto mais confiança,
suprimento mais alto.
Quanto menos bondade, sempre
mais pessimismo.
Quanto mais amizade, alegria mais pura.
Quanto menos concurso,
mais extensa aversão.
Quanto mais nobre
o amparo, simpatia maior.
Quanto menos perdão, mais sombra de crueldade.
Quanto mais amplo o
amor, mais sol no caminho.
Quanto menos brandura, mais aflição
na estrada.
Quanto mais humildade, mais
riqueza de paz.
Por isso mesmo, nós, armados de vontade e discernimento, somos livres para
erguer sobre o mundo o cárcere
de dor que nos segrega ou para desatar as algemas dos débitos do passado,
construindo no agora o próprio roteiro de ascensão à luz.
Emmanuel
[1]
O título entre parênteses é o mesmo da mensagem original, cujo manuscrito
encontra-se sob a custódia do Dr. Eurípedes Higino, filho adotivo do
Chico, e seu conteúdo, diferindo bastante nas palavras
marcadas, foi publicado em 1984 pela editora CEU e é a 16ª lição
do livro “Convivência.”
— Esse capítulo foi restaurado: Texto restaurado.