Imaginem vocês a vida física, como sendo uma vanguarda compacta de luta, em linhas enormes de soldados que orçam por alguns bilhões de elementos individuais.
Nessa frente, o atrito é uma corrida ao prêmio que nomeamos por “evolução”, “redenção” ou “sublimação”.
O trabalho do Espírito, sempre mais fácil de ser realizado no setor da experiência, dentro das condições de encarnado, é uma concorrência de aspecto gigantesco à conquista de valores imperecíveis para a alma eterna. E as Esferas imediatas, mais próximas à mente do homem, nesse caso, representam simbolicamente a retaguarda de abastecimento e de luz.
Cada desencarnação é o regresso de um lutador, mas, qual ocorre nas batalhas, que vocês conhecem aí, o número dos [feridos, dos] desajustados e dos loucos atinge esmagadora percentagem sobre a quota reduzida dos heróis.
Habitualmente, na Terra, quem volta do combate é candidato infalível ao hospital, onde atende às mutilações e às chagas por tempo indefinido.
Quem retorna do círculo carnal igualmente traz consigo dificuldades enormes.
Quase sempre, a mente que transitou nos caminhos terrestres volta para o “nosso lado” mais ou menos presa a entes amados que permanecem a distância, a sentimentos inconfessáveis, a objetos inferiores, respirando entre desilusões intraduzíveis, desacertos numerosos, doenças convertidas em vícios do pensamento, caprichos menos construtivos, perturbações da visão interna, compromissos pesados com determinados seres, inibições que se tornaram sistemáticas, cristalizações do raciocínio que se fizeram contumazes, opiniões endurecidas no tempo, preconceitos transformados em impedimentos ao verdadeiro progresso [espiritual], temores infundados, medo das renovações benéficas, dificuldades à compreensão rápida, defeitos de observação, mágoas que [os] atormentam incessantemente e um sem número de alterações íntimas que nos dão a ideia de reencontrar nos recém-chegados da Terra verdadeira legião de “soldados enfermos”, exigindo-nos amparo, carinho e medicação.
E os milhões de criaturas em semelhante estado mental reclamam providências enérgicas nos setores da assistência, da reeducação e da reencarnação como, por enquanto, não podem vocês avaliar.
Até que entesouremos em nós mesmos a “consciência sublimada”, que vocês no mundo designam por “santificação”, há muitas e muitas léguas que andar nos domínios do trabalho e da experiência.
Por mais sacrificial e movimentada seja a nossa vida no corpo, se realmente acordamos para a verdade [divina], afeiçoemo-nos à posição de legionários da boa vontade, estudando e servindo, auxiliando a todos e aprimorando-nos, quanto possível, porque a armadura de carne se desintegrará e o tempo nos reconduzirá à retaguarda, onde se fixarão em nossa alma o prêmio, a perturbação ou a derrota que houvermos adquirido por nós mesmos.
Neio Lúcio
[1] O título entre parênteses é o mesmo da mensagem original e seu conteúdo diferindo nas palavras marcadas e [entre colchetes] foi destacado do texto original, entre os indicadores
4 a 30, de uma mensagem do prof. Arthur Joviano (Neio Lúcio reencarnado) psicografada em 1957 e publicada pela editora Vinha de Luz em 2010, ele está na 66ª lição do livro “Colheita do bem.” — Esse capítulo foi restaurado: Texto restaurado.