Escrínio de luz — Emmanuel


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Espíritas no Evangelho n

Comenta o Evangelho, nas tarefas doutrinárias do Espiritismo, entretanto, diligencia exumar as sementes divinas da verdade, encerradas no cárcere das teologias humanas, para que produzam os frutos da vida eterna no solo da alma.

Exalta a glória de Cristo, mas elucida que ele não transitou, nos caminhos humanos, usufruindo facilidades e sim atendendo aos desígnios de Deus, nas disciplinas de humilde servidor.

Refere-te ao céu, mas explica que o céu é o espaço infinito, em cuja vastidão milhões de mundos obedecem às leis que lhes foram traçadas, a fim de que se erijam em lares e escolas das criaturas mergulhadas na evolução.

Menciona os Guias Espirituais, mas esclarece que eles não são inteligências privilegiadas no Universo, mas, sim, Espíritos que adquiriram a sabedoria e a sublimação, à custa de amor e a preço de lágrimas.

Reporta-te à redenção, mas observa que a bondade não exclui a justiça e que o Espírito culpado é constrangido ao resgate de si próprio, através da reencarnação, tantas vezes quantas sejam necessárias, porquanto, à frente da Lei, cada consciência deve a si mesma a sombra da derrota ou o clarão do triunfo.

Cita profetas e profecias, fenômenos e influências, mas analisa os temas da mediunidade, auxiliando o entendimento comum, no intercâmbio entre encarnados e desencarnados, e ofertando adequado remédio aos problemas da obsessão.

Salienta os benefícios da fé, mas demonstra que a oração sem as boas obras assemelha-se à dolosa atitude nos negócios da alma, de vez que, se a prece nos clareia o lugar de trabalho, é preciso apagar o mal para que o mal nos esqueça e fazer o bem para que o bem nos procure.

Define a excelência da virtude, mas informa que o crédito moral não é obtido em deserção da luta que nos cabe travar com as tentações acalentadas por nós mesmos, a fim de que a nossa confiança nas Esferas Superiores não seja pura ingenuidade, à distância da experiência.

Expõe o Evangelho, mas não faças dele instrumento de hipnose destrutiva das energias espirituais daqueles que te escutem.

Mostra que Jesus não lhe plasmou a grandeza operando sem amor e sem dor, e nem distraias a atenção dos semelhantes, encobrindo-lhes a responsabilidade de pensar e servir, que a Boa Nova nos traça a todos, de maneira indistinta. O Espiritismo te apoia o raciocínio para que lhe reveles a luz criadora e a alegria contagiante, auxiliando-te a despertar os ouvintes da verdade na compreensão do sofrimento e na felicidade do dever, nos tesouros do bem e nas vitórias da educação.


Emmanuel



 [1] Essa mensagem, diferindo nas palavras marcadas, foi publicada originalmente em 1963 pela editora CEC e é a 14ª lição do livro: “Opinião Espírita.” — Esse capítulo foi restaurado: Texto restaurado.


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