Chico Xavier — Mandato de amor — Autores diversos — 2ª Parte


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Versos  n

(Vendo o Homem)

1 Efêmero é esse orgulho, homem, que guardas,
Nesse mundo de angústias e de dores,
Onde soluçam seres inferiores
Entre milhões de células bastardas.


2 É o teu dia de dor, grande e profundo,
Sob o eterno mistério indevassado,
És o triste fantasma encarcerado
Nas leis organogênicas do mundo.


3 O corpo que é o teu gozo alto e triunfante,
Que embelezas na Terra e em que presumes
Uma taça de angélicos perfumes,
É um vaso tenebroso e repugnante.


4 Vive nas luzes, onde não se esbarra
A ventura que sonhas e desejas,
Pois sobre o mundo a boca com que beijas
É a mesma que vomita, cospe e escarra.


Augusto dos Anjos



(Poesia recebida pelo médium Francisco Cândido Xavier. Fonte: “O Espírita Mineiro”, número 22, novembro de 1937.)


[1] No livro impresso está faltando o quinto verso. O título entre parênteses é o mesmo da mensagem original, seu conteúdo foi publicado em 1938 pela LAKE e encontra-se no 25º capítulo do livro “Lira imortal.” — Esse capítulo foi restaurado: Texto restaurado.


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