O Caminho Escritura do Espiritismo Cristão
Doutrina espírita - 2ª parte.

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Vivendo sempre — Familiares diversos


19

Frederico Birnstiel

MENSAGEM


1 Mãezinha Dalila, peço a sua bênção.

2 As petições como que me envolvem numa espécie de melodia pela qual venho até o seu coração para esta ocorrência maravilhosa, a possibilidade de comunicar-lhe a certeza de que seu filho vive.

3 Terminaram, mamãe, as canseiras e as inquietações.  4 A morte do corpo, ao que me parece, em questões de corpo doente é comparável ao mata-borrão sobre o papel manchado de tinta.

5 Minhas aflições principais encontraram um fim. Entretanto, como a dizer que onde haja vida há necessidade de luta por aperfeiçoamento, e eu perdendo as inibições fundamentais apareceram-me outras. São as preocupações com os que ficaram.

6 A senhora sabe, Sandra e Sônia tanto quanto a senhora, estão aí no mundo e eu estou na condição de filho e pai, a esforçar-me laboriosamente para encontrar a posição de equilíbrio entre os apelos, as tarefas de elevação espiritual e o serviço junto aos corações queridos que a retaguarda os conserva. Peço-lhe, não guarde ressentimento contra a nossa estimada Sabina.

7 Pense mãezinha, que ela foi minha esposa e é mãe de suas queridas netas. Se não fez mais por mim é que não conseguiu. Ela não teve culpa do ocorrido. No dia 15 me sentira indisposto. Essas desarmonias orgânicas que qualquer adulto carrega em tempo de achaques.

8 Ela supôs que a minha condição não fosse tão grave. Aliás, seu filho sempre teve períodos de silêncio e reserva mesmo em casa, tentando auscultar a mim próprio. Ela julgou que a minha imobilidade era uma exigência formulada por mim próprio para que ninguém me incomodasse.

9 Quando se deu por conta de que meu corpo não reagia como de costume, alarmou-se e tomou as providências de que necessitava. O resto é do seu conhecimento.

10 Que pensei no seu carinho maternal, pensei mesmo, no entanto, Marquês de Valença ficava longe e também eu ignorava que estivesse a desprender-me rapidamente da vida física como acontece ao pássaro preso por muito tempo, quando cai mecanicamente por alguma abertura inesperada. Tudo foi natural e espontâneo.

11 Quando o médico pronunciou a notícia que o óbito se fizera, ainda estava com os ouvidos funcionando entre as duas vidas e tive receio e orei, mas de súbito ouvi a voz de meu pai Max solicitando-me paciência e calma.

12 Pareceu-me que as palavras dele se me infiltravam na cabeça por sedativo poderoso que me imobilizou num grande sono. Tive uma série de sonhos que recapitulavam os mínimos fatos de minha existência.

13 Quando acordei, papai e minha avó Berta falavam comigo, convidando-me a pensar em termos de outra vida. As lágrimas me vieram do coração para os olhos e nesse pranto estavam todos os entes que amo, a começar por sua alma querida que me embalou nas horas primeiras da vida na Terra.

14 Mamãe, graças a Deus chorei em paz e com essa paz é que venho ao seu encontro para agradecer e explicar-me. Ninguém se descuidou do seu filho, fui muito bem tratado.
Nada me faltou, a companheira foi sempre boa e peço-lhe para que a receba em seu coração de mãe também por filha.

15 E a vida seguirá para adiante, os dias passarão, as nossas meninas crescerão como flores de Deus e a viagem de nossos Espíritos prosseguirá no tempo e medite mamãe, no céu azul que se abre de canto a canto, lembrando a casa de todos aberta a fim de que nenhum de nós se perca, diante da Bondade Eterna que vela por nossa segurança e por nossa existência.

16 Deixe que o sol da esperança e da alegria a encontre por dentro da própria alma e caminhemos. A senhora me esperou na Terra, quando reapareci pequenino em seus braços, pois de minha parte, agora a esperarei em meu coração quando as Leis Divinas determinarem o nosso reencontro. Mas saiba que lhe desejo muita vida e muito tempo ainda dentro da vida.

17 Não cultive mágoas e abençoe, sempre. Mãe é sinônimo de Deus. Sempre pensei assim e continuo na convicção de que tenho no seu carinho a parcela de Deus que pude sentir e receber.

18 Mamãe, a vida não termina, tudo é belo na criação de Deus. Fique tranquila e seja feliz.

19 Com estes pensamentos a envolvê-la num abraço de imenso carinho, sou o seu filho reconhecido que, como sempre, lhe entrega o próprio coração.


Frederico n




COMENTÁRIOS


Quando o médico pronunciou a notícia que o óbito se fizera, ainda estava com os ouvidos funcionando entre as duas vidas e tive receio e orei…

A prece que confirma a fé.

A oração que Jesus ensinou para o contato com Deus. As palavras e o coração que se transformam na rogativa, ao confirmar-se a nossa realidade.

A busca da proteção de Deus.

A consciência do retorno para a vida espiritual.

A certeza das muitas moradas na Casa do Pai, está expressa nas palavras de Frederico, de acordo com o texto inicial, que se confirma para as conclusões do leitor amigo.




PESSOAS E FATOS


Frederico Birnstiel.

Nascimento: 28.11.1930.
Desencarnação: 17.07.1978.

Pais: Max Birnstiel (desencarnado) e Dalila Varella Birnstiel. Rua Azamor, 93, Lins de Vasconcellos, Rio de Janeiro - RJ.

Filhas: Sandra e Sonia Birnstiel.

Esposa: Sabina Birnstiel.

Avó: Berta Birnstiel, paterna.

Marquês de Valença, um recanto no bairro da Tijuca no Rio de Janeiro.


Rubens S. Germinhasi


Texto extraído da 1ª edição desse livro.

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