O Caminho Escritura do Espiritismo Cristão
Doutrina espírita - 2ª parte.

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Vivendo sempre — Familiares diversos


8

Ivone Martins Zazino

MENSAGEM


1 Querido Thomaz, estou pedindo a Deus por nós todos.

2 Estou muito surpreendida e muito grata.
Venho escutando o que falam em casa sobre notícias minhas e hoje sou trazida pela querida bisa Maria e por outros corações amigos, a fim de escrever alguma informação. Por mim mesma, isso seria muito difícil, mas a vovó Catarina é a primeira a me incentivar a que eu me entregue ao esforço em que me vejo.

3 Estou vendo você e nossa querida Maria Elisa, a nossa Ana, o Orlando, a Thereza, a Glória, o Lazinho e tantos amigos que, decerto me auxiliam porque, à medida que procuro traçar minhas palavras, vou registrando menores dificuldades.
É como se eu chegasse numa casa onde todos me recebem com boa vontade e desejo de me auxiliar.

4 Querido Thomaz, os nossos daqui, de meu novo recanto de moradia, me dizem que você está desanimando e eu não posso acreditar nisso.
Você foi sempre o nosso braço forte, o nosso melhor apoio. Impossível que não possamos receber a Vontade de Deus que me poupou tantos sofrimentos no desgaste final do corpo. Não suponha que deixei a nossa casa no mundo, sem obstáculos e sem reclamações.

5 Quando me vi sem forças, transportada para outro ambiente para tentar a recuperação, tanto sofria quanto mais avançava a desvinculação da nossa felicidade terrestre.

6 Guardava algum conhecimento que era o suficiente para não ter qualquer engano, quanto à despedida, mas lutei intimamente com muita força para permanecer. O corpo, no entanto, não me garantia mais qualquer possibilidade de saúde, mesmo relativa.

7 Aqueles poucos dias foram longos demais para o meu coração. Você e as filhas queridas, a nossa Rita, a nossa Maria Elisa, a nossa Adriana e o nosso Carlinhos, o filho que Deus nos mandou ao lar, estavam por dentro de mim.

8 Eu não queria ser feliz sem vocês e por isso mesmo, embora percebendo que protetores espirituais me sugeriam paz e esperança, eu rogava esperanças e paz a fim de regressar para a casa. 9 A aceitação foi bastante demorada. Não conseguia falar, no entanto, meus ouvidos estavam de tal modo sensíveis que pareciam funcionar fora de mim, trazendo ao meu íntimo as menores particularidades do que se falava sobre os meus problemas orgânicos.

10 Escutava e lutava contra as ideias de calma naqueles momentos estranhos. Por fim, notei que era impossível pensar em regresso com as energias exaustas… 11 Passei à oração, pedindo a Jesus me amparasse. Em dado instante, acreditei que iria dormir, e que naquela condição sonhava com minhas avós, entretanto, o sonho não era isso.

12 Era mudança. Ouvi o choro abafado das meninas e fiquei espantada. Nesse ponto de meu novo caminho, aproximaram-se de mim diversas senhoras que se declararam irmãs da benfeitora Carolina Malheiros e oraram comigo…

13 Nas vibrações de paz daquelas preces, adormeci de verdade para somente acordar depois de um tempo, cuja duração ainda não sei definir.

14 Despertei muito fraca e muito cansada.
As surpresas eram tantas, desde a queda de minhas forças, que não me admirei ao saber que me achava sem a vestimenta do corpo terrestre.

15 A cabeça estava um tanto desorientada, tive a ideia de que me levantava de um sono por sedativos, de cuja influência não me livraria sem dificuldade e aceitei todas as instruções que me traçavam.

16 Pensando, porém, tão só na família, me via, a cada instante, de volta ao nosso convívio, embora isso acontecesse apenas em pensamento, conforme explicações que obtinha. Acostumada ao trabalho, não me acomodei com a situação e pedi serviço.

17 Era preciso vencer o abatimento que me dominava.
Minha bisa Maria me esclareceu que estava transitoriamente internada num refúgio de paz, criado pelo Monsenhor João José Vieira Ramalho e o ambiente de preces, ali reinantes, me auxiliou com segurança.
É desse pouso de caridade e fé que retorno a fim de pedir a vocês todos paciência e coragem.

18 Querido Thomaz, é preciso viver. Recorde a nossa família contando com o seu apoio e a minha própria confiança de esposa que deixou em suas mãos tanto serviço que não podemos esquecer. Pense que uma netinha, a nossa Cristiane, já está em meu lugar, parecendo em seus braços uma flor num tronco abençoado e sempre verde.
Reflita em nossas meninas e em nosso Carlinhos que é também filho do coração e auxilie-nos.

19 Maria Elisa, nunca se veja sozinha. Estamos unidas como sempre.
Não deixe à margem os nossos doentes e os nossos amigos do sofrimento.

20 Filha, um prato a quem precisa é uma bênção de Deus. Uma visita aos enfermos sem ninguém é uma presença de paz e luz.

21 Recorde nossas corridas para atender a esse ou aquele e continue no trabalho, que sempre nos foi e ainda é tão querido. 22 Aqui, ninguém nos pergunta o que tínhamos e sim o que fizemos daquilo que Deus nos enviou às próprias mãos. 23 Fale com as suas irmãs deste pedido de sua mãe. Que ninguém saia de nossa porta sem o socorro de que possamos dispor.

24 Agradeço a vocês todos a alegria deste encontro-reencontro. Quando os Mensageiros do Bem permitirem, voltarei aos nossos entendimentos. Ao Orlando e Thereza os meus agradecimentos. Os amigos Leovigildo e nossa Maria, estão juntos de mim nesta hora.

25 Querida Ana, faça pelas sobrinhas o que não pude fazer na posição de mãe, Deus a recompensará. Estou terminando esta carta.

26 Agradeço as preces que me dedicaram e que ainda me ofertam.
A oração é um bálsamo de esperança caindo sobre o coração, quando nos sentimos distantes.

27 Agradeço a todos os nossos amigos que represento em nossa irmã Glória.

28 Querido Thomaz, confiando em seu ânimo de homem de bem, me despeço. Viva para os nossos e para mim que ainda preciso tanto de sua presença junto à nossa família. Quero agradecer e não sei como fazer isso.

29 Existem emoções que a alma não sabe mostrar. É com essa gratidão imensa que me despeço por agora, rogando a Jesus a todos nos proteja. Se me esqueci dos nomes de nosso grupo familiar isso não é descaso. É que ainda não estou bastante forte de memória para lembrar-me de todos os detalhes dos quais um coração de mãe não pode e nem deve esquecer.

30 Querido Thomaz, receba com toda a família o coração muito grato de sua


Ivone




COMENTÁRIOS


“Uma sanjoanense, esposa e mãe, envia mensagem do além, através de Chico Xavier.”

Com esta abertura publicou-se a carta de Ivone Martins Zazino, no jornal representante de São João da Boa Vista, o matutino, Gazeta de São João.

As palavras ali contidas nos dizem:

A mensagem de Ivone deu muito conforto e muitos esclarecimentos.

Diz de sua ansiedade em querer ficar junto aos seus. Explica como é a morte, acontecimento inexorável e irreversível. Como desvinculou-se do corpo físico no Plano espiritual. Conta ainda, do amparo de senhoras que se diziam irmãs da benfeitora espiritual Carolina Malheiros, doadora do terreno do Hospital da cidade e que leva seu nome. Os cidadãos mais antigos confirmam esta verdade.

Continua esclarecendo em seu relato, sua internação no refúgio de paz criado por Monsenhor José Vieira Ramalho, um dos que muito ajudaram no desenvolvimento de São João da Boa Vista. Outro ensinamento nos trouxe Ivone.

Aqui ninguém nos pergunta o que tínhamos mas sim o que fizemos.




PESSOAS E FATOS


Ivone Martins Zazino.

Nascimento: 2.2.1930.
Desencarnação: 18.1.1980.

Esposo: Thomaz Zazino. Rua Adhemar de Barros, 143. São João da Boa Vista - SP.

Filhos: Rita de Cássia Martins Zazino Camargo, Maria Elisa Martins Zazino, Adriana Martins Zazino, Carlinhos Roberto Martins Zazino.

Irmã: Ana Nair Martins Luvizaro

Neta: Cristiane Zazino Camargo.

Bisavó: Maria, materna, desencarnada.

Avó: Catarina Hordálio, materna, desencarnada.

Tio: Leovigildo Moreno, desencarnado.

Primos: Orlando Moreno Thereza Maria Silva Moreno

Amiga Espiritual: Maria Achilles Sette e Silva.

Amigos da família: Glória Esteves Poveda, Lázaro José Ferreira (Lazinho).

Carolina Malheiros, fundadora do Hospital Carolina Malheiros em São João da Boa Vista - SP.

Monsenhor João José Vieira Ramalho, um dos fundadores da cidade de São João da Boa Vista - SP.


Rubens S. Germinhasi


Texto extraído da 1ª edição desse livro.

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