MENSAGEM
1 Querida mãezinha Deolinda e minha querida Irene, reúno-me a vocês na prece a Jesus por nossa paz.
2 Venho pedir-lhes calma e fé.
Graças a Deus, aqueles dias últimos do corpo, com o ponto final no sábado de meu “até breve”, foram para mim de abençoada preparação.
3 As dores que me incomodaram por tantas semanas sucessivas, cederam lugar a uma tranquilidade para mim desconhecida. Era uma espécie de paz silenciosa, porque uma força difícil de entender me paralisava a voz na garganta. Ansiava dizer que me achava bem e que me sentia mais leve, qual se me visse prestes a voar, tão grande era a sensação de pluma que me assinalava os pensamentos.
4 Afligia-me com aquela mudez inesperada, conquanto me reconhecesse pacificada por dentro de mim própria. É que desejava contar-lhes o que me ocorria e ouvia as opiniões dos nossos médicos sobre o meu novo estado, mas era impossível destrancar os lábios que jaziam parados um sobre o outro.
5 Comecei a orar, quando vi meu pai Antonio ao meu lado. Então compreendi que o meu tempo no mundo atingira o limite. Não mais se me permitia nem mesmo comunicar aos mais íntimos a nova ordem de acontecimentos que me colheu de improviso.
6 Depois de meu pai, encontrei os braços afetuosos da mensageira que me enlaçava, qual se eu fora criança outra vez, determinando que eu dormisse.
7 Mais tarde, vim a saber que se tratava de minha avó Maria Pereira que me buscava com o máximo carinho.
8 O conflito se estabeleceu entre ficar e partir. Ficar na essência era a companhia de vocês de quem não queria me afastar e partir significava deixá-las no quadro de lutas que conhecemos.
9 Meu pai me ajudou na aceitação do melhor. Não adiantava demorar-me num corpo maltratado pela doença que, na Terra, não encontraria a precisa recuperação.
10 Aquela que se me deu a conhecer por Maria Pereira era minha avó, outra mãe afetuosa a me estender os braços e depois dela vi amigos que me aplicavam passes de socorro e libertação, dentre os quais me recordo haver abraçado o irmão Travassos e o nosso irmão Jacques Aboab que se compadeceram de mim.
11 Graças a Deus, desde então, estou na restauração desejada e pedindo ao Senhor que me descerre as portas da compreensão, a fim de que eu possa aproveitar os novos ensinamentos.
12 Querida Irene, rogo a você coragem e serenidade. A nossa mãezinha deseja ver você forte e bem disposta e peço para que não se esqueça de que a deixei por substituta dedicada e carinhosa, ao lado da mãezinha Deolinda, de quem tudo recebemos para ser felizes.
13 Devo dizer-lhes que, com a minha avó Maria Pereira e a nossa irmã Deolinda que me foi madrinha e protetora na Terra, são aqui em meu favor qual segunda família.
14 Estejam tranquilas a meu respeito porque estou muito bem na jornada e conduzida por amigos aos quais me empenho numa dívida que sinceramente não sei como resgatar.
15 Querida mãezinha, lembre-se da sua filha em suas preces, pois em suas orações surpreendo as ligações para os refúgios de paz de que necessito, de modo a habilitar-me plenamente na vida nova. Ajudem-me ainda. Agradeço os pensamentos de amor e compreensão que me endereçam e conto com esse bendito amparo.
16 Mãezinha, peço-lhe agradecer às nossas amizades da Tijuca pelos votos de paz e bom ânimo com que me felicitam nos caminhos novos.
17 Muito pouco posso ainda, no entanto, recordem que a filha e a irmã pobre que ainda sou, prossegue contando com as bênçãos de Jesus para vencermos em todos os obstáculos capazes de surgir.
18 Querida mãezinha e querida irmã, perdoem-me se termino aqui.
19 Em outra carta serei mais extensa, conquanto esta própria já esteja longa demais para os irmãos que atravessam a noite, prestando-nos valioso amparo.
20 Irene querida e querida mãezinha Deolinda, fiquem com Deus e recebam muitos beijos da filha e irmã reconhecida de todos os instantes,
Alzira. n
COMENTÁRIOS
A forte preocupação que domina cada criatura ao pensar na morte do corpo físico provoca sensações que atingem características inimagináveis.
Alzira de Oliveira, na voz impressa, mostra, independentemente de alguns momentos de aflição, a clareza com que ouvia as opiniões dos médicos quando atingira o limite de vida na Terra. Incontinente, recorre às preces na presença dos Benfeitores Espirituais e de seu pai, que a auxilia na aceitação do caminho que a levaria ao preciso refazimento.
PESSOAS E FATOS
Alzira de Oliveira.
Nascimento: 29.3.1927.
Desencarnação: 17.3.1978.
Pais: Antônio de Oliveira (desencarnado) Deolinda de Oliveira. Rua Conselheiro Zenha, 49. Rio de Janeiro - RJ.
Irmã: Irene de Oliveira.
Avó: Maria Pereira da Silva, materna.
Amigos da família no Plano Espiritual: Irmão Travassos e Jacques Aboab.
Rubens S. Germinhasi