O Sr. Napoleão Pizzotti, desencarnado na Capital paulista, a 1.º de outubro de 1979, aos 56 anos de idade, enviou suas primeiras notícias do Mais Além através da mediunidade do saudoso Eurícledes Formiga, em 1981, orientando e consolando seus entes queridos com muito carinho. Tais notícias, corporificando duas cartas, integram o livro “Olá, Amigos” (Espíritos Diversos, E. Formiga, E.C. Monteiro, IDE).
A 29 de setembro de 1984, em Uberaba, na reunião pública do GEP, mais uma vez o Sr. Napoleão comunicou-se com sua querida esposa, pelo lápis mediúnico de Chico Xavier, esclarecendo a causa de sua desencarnação e estabelecendo interessante e oportuno paralelo entre as saudades que vivem conosco tanto no Mundo Físico, como no Espiritual.
Eis a carta do devotado esposo:
1 Querida Leida, n Jesus nos abençoe.
2 Estou aqui, em companhia de meu pai Januário, n para dizer a você que a intoxicação pelo formol n felizmente desapareceu de minha presença.
3 Conquanto as saudades de você e de nossos filhos, de nossas queridas crianças e de nossos amigos, estou melhor porque, em verdade, querida esposa, não poderia continuar vivendo no corpo prejudicado pela inalação demorada do agente venenoso, em meu serviço.
4 Rendo graças a Deus porque estou livre daquelas consequências que me transformaram o corpo num fardo de sofrimento e mal-estar.
5 Ainda estou convalescente e inseguro, mas espero melhorar para demonstrar-lhe os meus agradecimentos.
6 Com o auxílio de Deus saberei ser-lhes útil e conto com a sua fortaleza de ânimo para sentir-me sem qualquer diminuição do bom ânimo que a fé em Deus me faculta.
7 Meu pai foi o meu companheiro na liberação final dos meus constrangimentos físicos e você, com a sua bondade, pode imaginar a nossa emoção ao reencontrarmo-nos.
8 Tenho nossos filhos no coração e na memória, e espero que o Reinaldo, n a Elizabeth, n a Neia n com a Nilzinha n possam ser junto de você uma equipe de corações queridos que não lhe deixe tempo para tristeza e solidão.
9 Querida Leida, estimaria continuar mas ainda não me sinto forte a ponto de escrever, de modo rápido, uma série de notícias mais longas, como me recomendam aqui, para ganharmos tempo.
10 Meus dedos estão destreinados e meu pai é justamente o amigo que me escora na realização deste meu anseio de me comunicar com o seu carinho, para que as nossas saudades fiquem atenuadas com a troca que fizermos, porque saudades minhas e saudades suas, juntas como estão, a meu ver, serão dois pratos na balança dos nossos sentimentos, devidamente equilibrados, de maneira a seguirmos em frente com os nossos deveres, sem qualquer tisna de ingratidão para com aqueles que nos auxiliam.
11 Querida esposa e minha maior amiga, receba o coração de seu velho esposo e companheiro, e sempre seu servidor reconhecido, n
Napoleão Pizzotti
NOTAS E IDENTIFICAÇÕES
1 - Leida — Assim chamada pelo marido, D. Aleida Costa Pizzotti, reside em São Paulo, SP.
2 - Januário — Januário Pezzotte, progenitor, desencarnado em 1927.
3 - Intoxicação pelo formol (…) inalação demorada do agente venenoso, em meu serviço. — De fato, os sinais de intoxicação foram aparecendo depois que o Sr. Napoleão começou a colocar vidros num shopping center, em regime de trabalho intensivo, mas espontâneo, pois era muito responsável e queria completá-lo dentro do prazo previsto. Dessa forma, permaneceu muito tempo em contato com vapores de formol, líquido que é utilizado no preparo da madeira para a colagem do cristal. Mas houve alguma dúvida dos médicos quanto à causa exata da lesão hepática apresentada, e outros exames laboratoriais seriam realizados se ele permanecesse com vida física mais alguns dias. Assim, suas palavras acima são elucidativas, evidentemente baseadas no diagnóstico feito pelos médicos espirituais.
4 - Reinaldo — Reinaldo Pizzotti, filho.
5 - Elizabeth — Elizabeth Pizzotti de Oliveira Santos, filha, casada com Cláudio de Oliveira Santos.
6 - Neia — Dulcineia Pizzotti, filha.
7 - Nilzinha — Nilza Pizzotti, filha.
8 - Ao terminar de ler a mensagem, Chico Xavier transmitiu à Dª Aleida um recado do Sr. Napoleão, pedindo para incluir na carta os nomes do genro e da nora: Cláudio e Mírian.
Hércio Arantes