Desencarnado em 30 de julho de 1972, aos 25 anos de idade, Milton Higino de Oliveira enviou sua primeira carta aos familiares em 1978. Essa mensagem, tão elucidativa e consoladora, constituiu o capítulo 17 do livro Claramente Vivos (Espíritos Diversos, F.C. Xavier, E. Barbosa, IDE, Araras, SP) e motivou, no capítulo seguinte, oportunos comentários do confrade Dr. Elias Barbosa, que ele enfeixou sob o título: “Suicídio e Responsabilidade”.
No decorrer dos anos seguintes, Milton redigiu mais duas cartas à saudosa mãezinha D. Maria Higino Batista, que reside em Uberaba, Minas, à Rua Visconde do Rio Branco, 41.
E, mais recentemente, ele surpreendeu sua progenitora de uma maneira muito feliz e carinhosa, parabenizando-a na data de seu natalício, através de uma carta que ela não esperava! Naquela noite, 7 de dezembro de 1985, D. Maria havia acompanhado uma amiga à reunião do Grupo Espírita da Prece, lá permanecendo apenas até às 21 horas, quando Chico Xavier começava a psicografar de público. Nada havia pedido ao médium, nem comentado com ninguém a respeito de seu aniversário. Voltou para casa e dormiu. A 1:30 hora da madrugada foi acordada pelo Dr. Eurípedes Higino dos Reis, seu sobrinho, portador da carta surpresa, psicografada naquela mesma reunião, assim redigida:
1 Querida mamãe, aqui estou, com muita vontade de surgir na melhor classe, para entregar-lhe os meus parabéns pelo seu querido aniversário.
2 Não tenho flores para enfeitar o seu maravilhoso dia, mas tenho uma bênção que hoje cultivo carinhosamente: a benção de minha prece a Jesus por sua saúde e felicidade.
3 Mãe, acompanhei o seu tratamento e o de nossa Ipe. Tudo OK. Agora continue cuidadosa consigo e a Ipe também. Ninguém melhor do que eu pode avaliar a importância do corpo que Deus nos concede para viver.
4 Notícias existem muitas; entretanto, para mim hoje é a de seu aniversário.
5 Transmito ao papai e aos nossos em casa os meus votos de paz e alegria. Para o seu abençoado coração as saudades e os agradecimentos do seu filho,
6 Sempre o seu
1000 ton
Milton Higino de Oliveira
NOTAS E IDENTIFICAÇÕES
1 - Mãe, acompanhei o seu tratamento — Recentemente, D. Maria havia se submetido a delicado tratamento médico, permanecendo inclusive hospitalizada por alguns dias:
2 - Ipe — Carinhoso apelido de sua irmã Maria Eurípedes Higino de Oliveira.
3 - Ninguém melhor do que eu pode avaliar a importância do corpo — Refere-se à sua triste e dolorosa experiência no Mais Além, após o suicídio, relatada na primeira carta.
4 - 1000 ton — Quando encarnado, assim Milton sempre assinava seus bilhetes. Nas anteriores cartas mediúnicas também não se esqueceu de imprimir essa curiosa “marca registrada”.
Hércio Arantes