O Caminho Escritura do Espiritismo Cristão
Doutrina espírita - 2ª parte.

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Viajaram mais cedo — Familiares diversos


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Mauro Augusto Cacique Andrade

Belo Horizonte (MG), 26 de janeiro de 1965.
Belo Horizonte (MG), 08 de março de 1980.

Mauro nasceu e desencarnou em Belo Horizonte - MG.

Seu desenlace, aos 15 anos, por acidente de trânsito, ocorreu juntamente com a desencarnação de outro autor espiritual deste livro, Tibério Graco Dias, sendo Mauro alguns meses mais velho que Tibério. Encontravam-se no mesmo veículo que se chocou contra um poste.

Quarto filho do casal Wander Lage Andrade e Consuelo Cacique Andrade, Mauro cursava o primeiro ano do curso colegial. Companheiro inseparável do pai — D. Consuelo costumava dizer que um era a sombra do outro — Mauro deixou os seguintes irmãos: Márcia, Marcus, Maurício e Wander Júnior, filhos queridos que buscam suprir a ausência do irmão alegre, brincalhão, que enchia a casa com seu sorriso constante.

Sua genitora ofereceu-nos o belo depoimento que apresentamos a seguir à apreciação de nossos leitores.

Tanta lição de firmeza e fé, ante os Desígnios do Criador!




DEPOIMENTO


A saudade parecia que ia me arrebentar o peito. É dor demais para o coração de uma mãe, de uma hora para outra, ver-se privada da companhia de seu filho querido.

Foi então que eu e meu marido resolvemos ir falar com o Chico. Chegamos a Uberaba, e, diante dele, mal conseguíamos articularas palavras. O Chico nos recebeu com aquele seu habitual carinho.

Fiquei surpresa quando ele me perguntou quem era Rosinha; respondi-lhe que era minha avó materna, já falecida. Então, Chico me falou que o Mauro estava presente com ela, naquele momento, mas que ainda era cedo para comunicar-se (fazia pouco mais de um mês que ele partira).

Em nossa quarta viagem a Uberaba, recebemos a primeira mensagem do Mauro, a 14 de junho de 1981, pouco mais de um ano de sua desencarnação.

A saudade era imensa daquele filho maravilhoso que Deus me emprestou durante 15 anos. Chorei de alegria ao reencontrar meu filho.

Continuamos a visitar o Chico e na décima viagem recebemos sua segunda mensagem e, até hoje, Mauro nos escreveu mais algumas cartas mediúnicas.

Hoje graças a Deus, estou mais aliviada, aprofundei-me na Doutrina Espírita, achei resposta para todo sofrimento. Continuo indo a Uberaba e não pense o senhor que vou deixar de visitar o Chico, usufruir da convivência daquele ser humano maravilhoso, a quem nós, as mães-órfãs, devemos mais do que as nossas esperanças: devemos-lhe a vontade de continuar a viver.


Consuelo Cacique Andrade




MENSAGEM


1 Querida mãezinha Consuelo, estamos realizando um sonho — o sonho de nos reunirmos com o papai Wander num trio de oração e de amor, de modo a lhe reafirmar quanto o amamos.

2 Sei que o papai acredita em meus comunicados, entretanto, é justo que ele conserve aquele sorriso de observação que lhe fica realmente tão bem ao caráter de homem leal a si mesmo.

3 Agradeço a ele a confiança que deposita em nós, agora que o seu trabalho na mediunidade é uma esperança nascente.

4 Compreendo as dúvidas com que toma do lápis e lhe vê os movimentos, associados ao seu controle natural.

5 É isso mesmo. A pessoa, por vezes, se acredita induzida por si própria a escrever o que desejaria receber de um ente querido e, por esse motivo, o desenvolvimento da escrita mediúnica requisita mais tempo.

6 Seguiremos estabelecendo o nosso intercâmbio e o papai Wander nos acompanhará com a sua supervisão.

7 Para ele e para os meus irmãos poderá parecer estranho que eu prossiga para cá do despojamento a que chamamos desencarnação, reunindo os fragmentos de minha personalidade, a fim de surgir tão íntegro quanto me sinto agora.

8 Esperemos. Tudo melhorará. O papai, a Márcia, o Marcus, o Maurício e o Júnior nos entenderão. Não existe árvore produzindo frutos de um dia para outro.

9 Estou contente não só por ver o papai conosco, mas também a nossa querida Dona Evelyn e a nossa estimada irmã Dona Duca,  n da nossa Casa de Caridade no Bonfim.

10 Estamos informados de que se projeta o levantamento de um refúgio para crianças abandonadas e consideramos esse plano sensacional.

11 Se cada grupo de pessoas afins umas com as outras deliberasse fazer o mesmo, em breve tempo teríamos solucionado aí na Terra física o problema dos menores infelizes.

12 Formulo votos para que a obra despregue do projeto em forma de bendita realização e estaremos a postos para colaborar com tudo aquilo em que a nossa pequena contribuição consiga ser útil.

13 Querido papai Wander e querida mãezinha Consuelo, agora é a minha vez de ceder lugar ao nosso estimado Tibério, que me diz ter um alô para a mãezinha Dona Evelyn, e peço a ambos receberem um beijão do filho sempre agradecido


Mauro Augusto

Mauro Augusto Cacique Andrade

17.09.1983.    


Caio Ramacciotti

Paulo de Tarso Ramacciotti



[1] D. Duca, sobrinha de Chico Xavier, fundadora da Casa de Caridade Herdeiros de Jesus, em Belo Horizonte-MG.


Texto extraído da 1ª edição desse livro.

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