O Caminho Escritura do Espiritismo Cristão
Doutrina espírita - 2ª parte.

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Vereda de luz — Autores diversos


13

Beneficência

1 Em verdade, não podemos olvidar, sem dano, a beneficência que ampara o enfermo e alimenta o faminto; entretanto, é imprescindível não esquecer a personalidade, no serviço assistencial em que nos cabe forjar o aprimoramento próprio.


2 Não a hipertrofia de conforto pessoal que incentive em nós o orgulho desvairado e a desmedida ambição com que pretendemos senhorear os benefícios da Terra, mas aquela caridade da educação a nós mesmos, a fim de que a luz de nossa fé não se reduza à artificiosa chama de palavras.


3 Realmente, as casas de fraternidade, embora quase sempre em regime de exclusivismo, nunca foram totalmente olvidadas pelos discípulos do Evangelho.


4 Desde as primitivas organizações apostólicas até hoje, o socorro aos necessitados, sob a inspiração de Jesus, caminha no mundo, passo a passo…


5 Mas o homem — coluna básica do organismo social — ainda agora, repousa no pó da ignorância e na cinza de pavorosas desilusões.


6 Tendes o supérfluo e sofreis fome.


7 Aperfeiçoastes o direito e gemeis sob o cancro da guerra.


8 Monumentalizastes a cultura e respirais a miséria do espírito.


9 Intensificastes a comunicação entre os povos, através do noticiário sem fio, e nunca estivestes tão infinitamente separados uns dos outros.


10 Avançastes no conhecimento científico para a extensão da alegria de viver e permaneceis atolados no desespero e na violência.


11 Inventastes máquinas de variada espécie que acentuam o conforto da civilização; entretanto, jamais padecestes, como atualmente, tanto tédio no glorioso espetáculo da vida planetária que vos cerca.


12 É que o homem de hoje, com maiores requintes que o homem de ontem, mais se aconselha com as vísceras que com a própria razão, acelerando, por isso, a corrida de si mesmo para o desencanto e para a morte.


13 Não nos despreocupemos da caridade que nos induz ao serviço infatigável no Bem, com a renúncia às nossas velhas imperfeições.


14 Consagremo-nos à beneficência que nos faça melhores, pelo sacrifício de nós mesmos, a benefício de nossos semelhantes.


15 Distribuamos as vantagens que estejamos detendo, transitoriamente, no mundo, como servidores e usufrutuários dos Bens Divinos, mas não nos esqueçamos de que só o aperfeiçoamento de nossa própria individualidade, com a sublimação de nossos sentimentos, pode soerguer a vida terrestre aos altos níveis que lhe compete atingir.


Emmanuel


Texto extraído da 1ª edição desse livro.

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