“Mas livra-nos do mal.” — Jesus. (MATEUS, 6.13)
1 A superfície do mundo é, indiscutivelmente, a grande escola dos Espíritos encarnados.
2 Impossível recolher o ensinamento, fugindo à lição.
Ninguém sabe, sem aprender.
3 Grande número de discípulos do Evangelho, em descortinando alguns raios de luz espiritual, afirmam-se declarados inimigos da experiência terrestre. 4 Furtam-se, desde então, aos mais nobres testemunhos. 5 Defendem-se contra os homens, como se estes lhes não fossem irmãos no caminho evolutivo. 6 Enxergam espinhos, onde a flor desabrocha, e feridas venenosas, onde há riso inocente. 7 E, condenando a paisagem a que foram conduzidos pelo Senhor, para serviço metódico no bem, retraem-se, de olhos baixos, recuando do esforço de santificação.
8 Declaram-se, no entanto, desejosos de união com o Cristo, esquecendo-se de que o Mestre não desampara a Humanidade. 9 Estimam, sobretudo, a oração, mas, repetindo as sublimes palavras da prece dominical, olvidam que Jesus rogou ao Senhor Supremo nos liberte do mal, mas não pediu o afastamento da luta.
10 Aliás, a sabedoria do Cristianismo não consiste em insular o aprendiz na santidade artificialista, e, sim, em fazê-lo ao mar largo do concurso ativo de transformação do mal em bem, da treva em luz e da dor em bênção.
11 O Mestre não fugiu aos discípulos; estes é que fugiram d’Ele no extremo testemunho. 12 O Divino Servidor não se afastou dos homens; estes é que o expulsaram pela crucificação dolorosa.
13 A fidelidade até ao fim não significa adoração perpétua em sentido literal; traduz, igualmente, espírito de serviço até ao último dia de força utilizável no mecanismo fisiológico.
14 Se desejas, pois, servir com o Senhor Jesus, pede a Ele te liberte do mal, mas que não te afaste dos lugares de luta, a fim de que aprendas, em companhia d’Ele, a cooperar na execução da Vontade Celeste, quando, como e onde for necessário.
Emmanuel