“Semeia-se corpo animal, ressuscitará corpo espiritual.” — Paulo. (1 CORÍNTIOS, 15.44)
1 Ninguém menospreze a expressão animal da vida humana, a pretexto de preservar-se na santidade.
2 A imersão da mente nos fluidos terrestres é uma oportunidade de sublimação que o Espírito operoso e desperto transforma em estruturação de valores eternos.
3 A sementeira comum é símbolo perfeito. O gérmen lançado à cova escura sofre a ação dos detritos da terra, afronta a lama, o frio, a resistência do chão, mas em breve se converte em verdura e utilidade na folhagem, em perfume e cor nas flores e em alimento e riqueza nos frutos.
4 Compreendamos, pois, que a semente não estacionou. Rompeu todos os obstáculos e, sobretudo, obedeceu à influência da luz que a orientava para cima, na direção do Sol.
5 A cova do corpo é também preciosa para a lavoura espiritual, quando nos submetemos à lei que nos induz para o Alto.
6 Toda criatura provisoriamente algemada à matéria pode aproveitar o tempo na criação de espiritualidade divina.
7 O apóstolo, todavia, é muito claro quando emprega o termo “semeia-se”. Quem nada planta, quem não trabalha na elevação da própria vida, coagula a atividade mental e rola no tempo à maneira do seixo que avança quase inalterável, a golpes inesperados da natureza.
8 Quem cultiva espinhos, naturalmente alcançará espinheiros.
Mas, o coração prevenido que semeia o bem e a luz, no solo de si mesmo, espere, feliz, a colheita da glória espiritual.
Emmanuel