“Não useis, porém, da liberdade para dar ocasião à carne, mas servi-vos uns aos outros pela caridade.” — Paulo. (GÁLATAS, 5.13)
1 Em todos os tempos, a liberdade foi utilizada pelos dominadores da Terra. Em variados setores da evolução humana, os mordomos do mundo aproveitam-na para o exercício da tirania, usam-na os servos em explosões de revolta e descontentamento.
2 Quase todos os habitantes do Planeta pretendem a exoneração de toda e qualquer responsabilidade, para se mergulharem na escravidão aos delitos de toda sorte.
3 Ninguém, contudo, deveria recorrer ao Evangelho para aviltar o sublime princípio. A palavra do apóstolo aos gentios é bastante expressiva. 4 O maior valor da independência relativa de que desfrutamos reside na possibilidade de nos servirmos uns aos outros, glorificando o bem.
5 O homem gozará sempre da liberdade condicional e, dentro dela, pode alterar o curso da própria existência, pelo bom ou mau uso de semelhante faculdade nas relações comuns.
6 É forçoso reconhecer, porém, que são muito raros os que se decidem à aplicação dignificante dessa virtude superior.
7 Em quase todas as ocasiões, o perseguido, com oportunidade de desculpar, mentaliza, represálias violentas; 8 o caluniado, com ensejo de perdão divino, recorre à vingança; 9 o incompreendido, no instante azado de revelar fraternidade e benevolência, reclama reparações.
10 Onde se acham aqueles que se valem do sofrimento, para intensificar o aprendizado com Jesus-Cristo? Onde os que se sentem suficientemente livres para converter espinhos em bênçãos? No entanto, o Pai concede relativa liberdade a todos os filhos, observando-lhes a conduta.
11 Raríssimas são as criaturas que sabem elevar o sentido da independência a expressões de voo espiritual para o Infinito. A maioria dos homens cai, desastradamente, na primeira e nova concessão do Céu, transformando, às vezes, elos de veludo em algemas de bronze.
Emmanuel