O Caminho Escritura do Espiritismo Cristão
Doutrina espírita - 2ª parte.

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Vitória — Familiares diversos


11

“O tempo não se desdobra em vão”

Marco Antônio Migotto


1 Querida mamãe Lucila, peço-lhe a bênção.

2 Venho com a vovó Angelina para reunir a família num abraço de muito amor.

3 Mãezinha, peço-lhe não se afligir se o papai Antônio ainda tem grandes dificuldades para aceitar a vida espiritual com a largueza de coração e de fé viva que a sua dedicação desejaria.

4 O tempo não se desdobra em vão e com a bênção das horas, vovó Angelina e eu pensamos que aquele coração de luz encerrado no cofre pesado de raciocínios quase de ferro, se abrirá de maneira plena para as realidades do Céu, com a espontaneidade da flor que se oferece à vida.

5 Papai é aquele espírito notável de compreensão e de bondade que as provações da existência enfibraram fortemente. E o seu carinho conhece comigo que uma couraça de pensamento não se abre por fora.

6 A chave desse engenho está com o dono e com Deus, que pode, a qualquer momento, vasculhar o nosso ínfimo e implantar aí dentro as renovações que se fizerem necessárias.

7 Marcelo está aí representando o futuro e os nossos queridos Antônio Carlos e Júlio César, sem nos esquecermos de nossa Lucy, estão à nossa espera, a fim de conseguirem viver felizes.

8 Mãezinha, quando visitar o amigo Cláudio, por favor, expresse a ele o meu carinho de irmão, com a notícia de que prosseguimos juntos. Dói-me vê-lo engessado, e por vezes experimentando tantas dores, mas estou certo de que Jesus fortalecerá nele a resistência admirável de irmão dedicado ao bem.

9 Vovó Angelina me recomenda dizer lhe para não esmorecer. O papai Antônio é filho dela, e as mães conhecem os próprios filhos como ninguém.

10 Virá o instante, diz ela, em que ele, o querido pai, saberá abrir o coração para a fé e descerrar as mãos no auxílio a tanta gente que pede tão pouco a fim de se alegrar e ser feliz.

11 Mãezinha, não posso estender me, porque a parcela de tempo que me foi concedida já esgotou .

12 Receba com nosso Marcelo e com os nossos queridos ausentes, toda a esperança e todo o amor que existem no coração do filho, sempre seu,


Marco Migotto


As duas primeiras mensagens de Marco Antônio Migotto encontram-se no livro Ninguém Morre — págs. 122-131.

A que ora focalizamos, foi recebida pelo médium Xavier, na noite de 6 de julho de 1979, tendo o Espírito assinado tão somente Marco Migotto.

Filho do Sr. Antônio Migotto e de D. Lucila da Silva Migotto, Marco Antônio nasceu em São Paulo, Capital, a 16 de maio de 1955, aí desencarnando, em acidente automobilístico, ocorrido na Avenida Santo Amaro, a 2 de outubro de 1977.

Seus pais continuam residindo na Capital Paulista, à Travessa Cláudio, nº 14, Bairro da Lapa, Fone: 65-2480.

Sem nos deter nos nomes citados na mensagem — vovó Angelina, avó materna; Marcelo, Antônio Carlos, Júlio César e Lucy: irmãos do comunicante; Cláudio Basso: o amigo sobrevivente, tendo sofrido graves fraturas —, raciocinemos sobre alguns passos da página mediúnica, objetivando o nosso progresso espiritual.


1 — “Mãezinha, peço-lhe não se afligir se o papai Antônio ainda tem grandes dificuldades para aceitar a vida espiritual com a largueza de coração e de fé viva que a sua dedicação desejaria.”: Importantíssima esta recomendação, porquanto costumamos nos afligir, dentro dos nossos lares, ante a dificuldade de muitos de nossos familiares aceitarem as realidades da Vida Espiritual, permanecendo um tanto quanto cépticos. Na verdade, somos todos Espíritos em evolução, e é natural que muitos não tenham do Plano Extra-Físico as lembranças palpáveis que outros já possuem na intimidade do próprio ser, aceitando, com facilidade, as descrições feitas pelos Espíritos Amigos, através dos canais medianímicos, da vida estuante que se desdobra além do sepulcro.


2 — “E o seu carinho conhece comigo que uma couraça de pensamentos não se abre por fora. / A chave desse engenho está com o dono e com Deus, que pode, a qualquer momento, vasculhar o nosso íntimo e implantar aí dentro as renovações que se fizerem necessárias.”: Com efeito, se somos detentores do livre arbítrio — e aí está a perfeição infinita da Justiça Divina —, quem, senão o dono, sob o amparo misericordioso de Deus, para permitir que a couraça de pensamentos se abra e, como não poderia deixar de ser, por dentro?


3 — “Virá o instante, diz ela (vovó Angelina), em que ele, o querido pai, saberá abrir o coração para a fé e descerrar as mãos no auxílio a tanta gente que pede tão pouco a fim de se alegrar e ser feliz”. Eis aí, leitor amigo, a síntese admirável do “Fora da caridade não há salvação”.

Sem sombra de dúvida, as criaturas que podem nos curar de tantas enfermidades fantasmas — a angústia de viver, o chamado tédio pela vida —, nos pedem tão pouco para que elas mesmas possam se alegrar e serem felizes.

Em todos os instantes de nossas existências, pensemos nisso!


Elias Barbosa


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