Noite de 10 de maio de 1956.
Achávamo-nos em plena semana de comemorações afetivas, em torno do Dia das Mães.
Encerrando as atividades de nossa reunião, fomos agraciados com a visita do Espírito de Anália Franco, n inolvidável missionária do Espiritismo no Brasil, que se comunicou em nosso grupo pela primeira vez.
Ocupou as faculdades do médium e, impondo-nos religiosa veneração com a sua presença, orou de maneira empolgante e bela.
1 Mãe Santíssima!…
Enquanto as mães do mundo são reverenciadas, deixa te recordemos a pureza incomparável e o exemplo sublime…
2 Soberana, que recebeste na palha singela o Redentor da Humanidade, sem te rebelares contra as mães felizes, que afagavam Espíritos criminosos em palácios de ouro, ensina-nos a entesourar as bênçãos da humildade.
3 Lâmpada de ternura, que apagaste o próprio brilho para que a luz do Cristo fulgurasse entre os homens, ajuda-nos a buscar na construção do bem para os outros o apoio de nossa própria felicidade.
4 Benfeitora, que te desvelaste, incessantemente, pelo Mensageiro da Eterna Sabedoria, sofrendo-lhe as dores e compartilhando-lhe as dificuldades, sem qualquer pretensão de furtá-lo aos propósitos de Deus, auxilia-nos a extirpar do sentimento as raízes do egoísmo e da crueldade com que tantas vezes tentamos reter na inconformação e no desespero os corações que mais amamos.
5 Senhora, que viste na cruz da morte o Filho Divino, acompanhando-lhe a agonia com as lágrimas silenciosas de tua dor, sem qualquer sinal de reclamação contra os poderes do Céu e sem qualquer expressão de revolta contra as criaturas da Terra, conduze-nos para a fé que redime e para a renúncia que eleva.
6 Missionária, salva-nos do erro.
7 Anjo, estende sobre nós as níveas asas!…
8 Estrela, clareia-nos a estrada com teu lume…
9 Mãe querida, agasalha-nos a existência em teu manto constelado de amor!…
10 E que todas nós, mulheres desencarnadas e encarnadas em serviço na Terra, possamos repetir, diante de Deus, cada dia, a tua oração de suprema fidelidade:
— “Senhor, eis aqui tua serva, cumpra-se em mim segundo a tua palavra.” ( † )
Anália Franco